Economia

Falta de água em SP afeta bares na Vila Madalena

A diminuição na pressão é uma das medidas usadas pela Sabesp para reduzir o consumo de água por causa da seca no Cantareira


	Bares da Vila Madalena: o desabastecimento mudou a rotina de alguns bares da região
 (Veja São Paulo/Fernando Moraes)

Bares da Vila Madalena: o desabastecimento mudou a rotina de alguns bares da região (Veja São Paulo/Fernando Moraes)

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Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2014 às 10h06.

São Paulo - Não foram só os turistas que desapareceram das noites da Vila Madalena após o término da Copa do Mundo. Dois dias depois da final do torneio, moradores e comerciantes do bairro da zona oeste de São Paulo viram também a água escassear nos imóveis durante a madrugada.

Assim como acontece em bairros da zona norte há mais de quatro meses, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) passou a reduzir a pressão na rede de abastecimento da Vila Madalena, o que tem causado falta de água nas partes altas do bairro.

A diminuição na pressão é uma das medidas usadas pela Sabesp para reduzir o consumo de água por causa da seca no Sistema Cantareira.

A companhia confirma a medida e diz que vai aumentar a pressão nos próximos dia.

O desabastecimento mudou a rotina de alguns bares da região, que estão ficando sem água exatamente no período do dia em que há mais movimento e consumo de água.

Um deles reduziu o horário de funcionamento e passou a servir bebidas em copos plásticos, para não precisar lavar os de vidro. Outro teve de contratar caminhão-pipa para encher a caixa d’água.

Segundo donos e funcionários dos bares, a redução no abastecimento tem ocorrido das 21h às 6h do dia seguinte. "Como nosso imóvel é antigo, a caixa d’água é pequena e a gente fica sem abastecimento mais rápido", conta Melquisedec Alves, de 38 anos, gerente do bar José Menino, localizado na esquina das Ruas Aspicuelta e Mourato Coelho, ponto mais movimentado durante a Copa.

Sem ter água para lavar a louça, o bar decidiu servir os clientes em copos plásticos. "Preferimos deixar a reserva de água para ser usada nos banheiros", diz o gerente. Para enfrentar o problema, o bar passou a fechar as portas à meia-noite, duas horas mais cedo do que o normal, e alterou o horário de entrada de um funcionário para o período da manhã.

"Ele costumava entrar às 17h, mas está chegando às 7h para lavar a louça acumulada", diz Alves.

Perto dali, no bar Salve Jorge, os copos plásticos também foram adotados. "A orientação é não ficar lavando pequenos objetos à noite. A gente deixa a louça acumular para a manhã seguinte", explica o subgerente Altevir Fernandes, de 26 anos.

Os clientes não gostaram da mudança na forma de servir as bebidas. No bar José Menino, alguns reclamaram. "Beber no copo de plástico na Vila Madalena é complicado, ainda mais pagando R$ 7 pelo chope", diz o analista de sistemas Vinicius Dourado, de 21 anos.

"É a primeira vez que vejo isso, e no copo de plástico, parece até que vem menos", afirma o empresário Michel Reis, de 24 anos.

Mais afetados

Os bares Quitandinha, Posto 6 e Comunidade da Villa, todos no mesmo quarteirão do José Menino e do Salve Jorge, também dizem ter sentido a redução no abastecimento de água.

No bar Comunidade da Villa, o proprietário teve de contratar um caminhão-pipa na semana passada. "Chamei o caminhão para encher a caixa e não ter o risco de ficar sem água durante o horário de atendimento. Gastei R$ 450", diz Sérgio Melo, de 43 anos, dono do local.

Proprietário de outros dois estabelecimentos na zona norte de São Paulo, Melo reclama da medida da Sabesp. "Tenho um bar na Vila Maria que fica sem água durante o dia. Fico sem abastecimento para o banheiro. Imagina você ter de dar um balde para o cliente poder dar a descarga."

Casas

Embora os quarteirões mais afetados pela redução da pressão reúnam poucas casas, alguns moradores também reclamaram de desabastecimento nos últimos dias.

"Desde que começou, minha patroa já ligou três vezes para a Sabesp e eles dizem que não tem registro de nenhum problema aqui", conta a diarista Denise Silva, de 48 anos, que trabalha em uma casa na Rua Mourato Coelho.

Morador de uma casa na mesma via, o aposentado Alberto Stevano, de 79 anos, reclamou da postura da Sabesp. "Para mim, isso é um racionamento encoberto. Se for necessário para economizar, tudo bem, mas os moradores precisam ser avisados para se programarem", diz ele.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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