Expurgo na Turquia alcança setores econômicos
Além disso, a presidência turca anunciou na quinta-feira à noite grandes mudanças dentro do exército, cuja metade dos generais já estão suspensos
Da Redação
Publicado em 29 de julho de 2016 às 13h47.
O intenso expurgo após o fracassado golpe na Turquia atingiu neta sexta-feira o mundo dos negócios, com a prisão de três grandes industriais por supostos vínculos com as redes do pregador Fethullah Gulen.
Além disso, a presidência turca anunciou na quinta-feira à noite grandes mudanças dentro do exército, cuja metade dos generais já estão suspensos, na sequência de uma reunião do conselho militar supremo em Ancara.
O porta-voz presidencial, Ibrahim Kalin, informou que o vice-chefe do Estado-Maior, o general Yasar Guler, vai comandar a gendarmaria e o comandante do Primeiro Exército , o general Umit Dundar, assumirá as funções de vice-chefe de Estado-Maior.
O chefe do Estado-Maior, o general Hulusi Akar - que enfrentou o golpe e foi tomado como refém - permanecerá no cargo, assim como os chefes do exército, da marinha e da aeronáutica, disse Kalin.
Para compensar o vazio deixado na hierarquia do exército turco, onde 149 generais foram destituídos, muitos oficiais de baixa patente foram rapidamente promovidos.
De acordo com um comunicado citado nesta sexta-feira pela agência de notícias Anatólia, 99 coronéis foram promovidos ao posto de general ou almirante, 47 generais e almirantes foram imediatamente aposentados.
Por sua vez, o presidente Recep Tayyip Erdogan aproveitou uma cerimônia em um centro de treinamento militar perto de Ancara, bombardeado em 15 de julho, para acusar um general americano "de estar do lado dos golpistas".
O general americano Joseph Votel, comandante das operações do Pentágono no Oriente Médio, havia declarado na quinta-feira que temia "o impacto" que poderia ter os expurgos dentro do exército nas relações que Washington mantém com vários líderes militares turcos.
"Está do lado dos golpistas em vez de defender um país que frustrou uma tentativa de golpe", disse Erdogan.
"Aquele que planejou o golpe já está em seu país e o estão alimentando", acrescentou, em referência ao pregador Fethullah Gulen, exilado nos Estados Unidos e cuja extradição é solicitada por Ancara.
O pregador sempre negou qualquer envolvimento na tentativa de golpe.
O expurgo de supostos gulenistas é intenso no exército, nos meios de comunicação, na justiça e educação.
As autoridades turcas, surdas às críticas internacionais que denunciam sua resposta desproporcionada, continua sua caça aos gulenistas, desta vez no setor industrial.
Mustafa Boydak, presidente do conglomerado familiar Boydak Holding Company, foi preso provisoriamente na cidade de Kayseri, no centro da Turquia, junto com dois diretores de seu grupo, anunciou Anatolia.
Os dois homens, Sukru Boydak e Halit Boydak, foram detidos em suas casas. A polícia também procura o presidente do grupo, Haci Boydak, e Ilyas e Bekir Boydak, contra os quais emitiu ordens de prisão.
Meios de comunicação na linha de frente
O grupo Boydak Holding tem negócios nos setores de energia, finanças e móveis, setor em que detém marcas bem conhecidas na Turquia como Istikbal e Bellona.
Mustafa Boydak é também o presidente da Câmara do Comércio de Kayseri, uma cidade em pleno desenvolvimento que faz parte dos "Tigres da Anatólia", os municípios que floresceram desde o início do reinado de Erdogan em 2003.
A economia turca é baseada em grandes grupos familiares, que possuem a maioria das marcas no país. Estas grandes empresas contribuíram para a ascensão política do presidente Erdogan.
Desde a tentativa de golpe, cerca de 16.000 pessoas foram provisoriamente detidas por um período que pode ir até 30 dias, em função do estado de emergência, implementado após o golpe.
Junto com o exército, a imprensa tem sido a mais afetada pelo expurgo.
Nesta sexta-feira, 21 jornalistas detidos devem comparecer perante um tribunal de Istambul, segundo Anatolia.
Vários jornalistas anunciaram no Twitter que iriam manifestar-se perante o tribunal para apoiá-los.
Entre os detidos está Nazli Ilicak, ex-deputada que foi demitida do jornal pró-governamental Sabah em 2013 depois de criticar vários ministros envolvidos em um escândalo de corrupção, orquestrado, de acordo com Ancara, por Fethullah Gülen.
O intenso expurgo após o fracassado golpe na Turquia atingiu neta sexta-feira o mundo dos negócios, com a prisão de três grandes industriais por supostos vínculos com as redes do pregador Fethullah Gulen.
Além disso, a presidência turca anunciou na quinta-feira à noite grandes mudanças dentro do exército, cuja metade dos generais já estão suspensos, na sequência de uma reunião do conselho militar supremo em Ancara.
O porta-voz presidencial, Ibrahim Kalin, informou que o vice-chefe do Estado-Maior, o general Yasar Guler, vai comandar a gendarmaria e o comandante do Primeiro Exército , o general Umit Dundar, assumirá as funções de vice-chefe de Estado-Maior.
O chefe do Estado-Maior, o general Hulusi Akar - que enfrentou o golpe e foi tomado como refém - permanecerá no cargo, assim como os chefes do exército, da marinha e da aeronáutica, disse Kalin.
Para compensar o vazio deixado na hierarquia do exército turco, onde 149 generais foram destituídos, muitos oficiais de baixa patente foram rapidamente promovidos.
De acordo com um comunicado citado nesta sexta-feira pela agência de notícias Anatólia, 99 coronéis foram promovidos ao posto de general ou almirante, 47 generais e almirantes foram imediatamente aposentados.
Por sua vez, o presidente Recep Tayyip Erdogan aproveitou uma cerimônia em um centro de treinamento militar perto de Ancara, bombardeado em 15 de julho, para acusar um general americano "de estar do lado dos golpistas".
O general americano Joseph Votel, comandante das operações do Pentágono no Oriente Médio, havia declarado na quinta-feira que temia "o impacto" que poderia ter os expurgos dentro do exército nas relações que Washington mantém com vários líderes militares turcos.
"Está do lado dos golpistas em vez de defender um país que frustrou uma tentativa de golpe", disse Erdogan.
"Aquele que planejou o golpe já está em seu país e o estão alimentando", acrescentou, em referência ao pregador Fethullah Gulen, exilado nos Estados Unidos e cuja extradição é solicitada por Ancara.
O pregador sempre negou qualquer envolvimento na tentativa de golpe.
O expurgo de supostos gulenistas é intenso no exército, nos meios de comunicação, na justiça e educação.
As autoridades turcas, surdas às críticas internacionais que denunciam sua resposta desproporcionada, continua sua caça aos gulenistas, desta vez no setor industrial.
Mustafa Boydak, presidente do conglomerado familiar Boydak Holding Company, foi preso provisoriamente na cidade de Kayseri, no centro da Turquia, junto com dois diretores de seu grupo, anunciou Anatolia.
Os dois homens, Sukru Boydak e Halit Boydak, foram detidos em suas casas. A polícia também procura o presidente do grupo, Haci Boydak, e Ilyas e Bekir Boydak, contra os quais emitiu ordens de prisão.
Meios de comunicação na linha de frente
O grupo Boydak Holding tem negócios nos setores de energia, finanças e móveis, setor em que detém marcas bem conhecidas na Turquia como Istikbal e Bellona.
Mustafa Boydak é também o presidente da Câmara do Comércio de Kayseri, uma cidade em pleno desenvolvimento que faz parte dos "Tigres da Anatólia", os municípios que floresceram desde o início do reinado de Erdogan em 2003.
A economia turca é baseada em grandes grupos familiares, que possuem a maioria das marcas no país. Estas grandes empresas contribuíram para a ascensão política do presidente Erdogan.
Desde a tentativa de golpe, cerca de 16.000 pessoas foram provisoriamente detidas por um período que pode ir até 30 dias, em função do estado de emergência, implementado após o golpe.
Junto com o exército, a imprensa tem sido a mais afetada pelo expurgo.
Nesta sexta-feira, 21 jornalistas detidos devem comparecer perante um tribunal de Istambul, segundo Anatolia.
Vários jornalistas anunciaram no Twitter que iriam manifestar-se perante o tribunal para apoiá-los.
Entre os detidos está Nazli Ilicak, ex-deputada que foi demitida do jornal pró-governamental Sabah em 2013 depois de criticar vários ministros envolvidos em um escândalo de corrupção, orquestrado, de acordo com Ancara, por Fethullah Gülen.