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Exportar alimentos não é 'volta ao passado', diz Unica

Presidente da entidade considera que commodities agrícolas vendidas ao exterior não representam uma desindustrialização do país

Plantação de cana-de-açúcar: Unica defendeu as exportações (Cristiano Mariz/Exame)
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Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2011 às 15h58.

Rio - O presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar, Marcos Jank, defendeu hoje que há uma larga cadeia de tecnologia por trás das commodities agrícolas vendidas pelo Brasil e que exportar alimentos e energia não é "uma volta ao passado". Jank estava respondendo a comentários do diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto Giannetti da Fonseca, e do vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, no Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex), no Rio de Janeiro.

Para os dois últimos, houve uma volta ao passado, com risco de desindustrialização, com o aumento do peso das commodities na pauta de exportações brasileira em detrimento de produtos manufaturados. "Tende a se achar que a commodity é desindustrialização, o que não é verdade. Isso me deixa profundamente incomodado", disse Jank, acrescentando que há uma incorporação grande e cada vez mais sofisticada da indústria nos alimentos e na energia vendida pelo País. "Para um grão de soja é preciso uma quantidade imensa de máquinas, químicas, processamento", exemplificou Jank.

Segundo ele, não há sinais de desindustrialização e o Brasil está indo apenas na direção de sua vocação e do que é esperado do País. Ele afirma que houve uma mudança de cenário nos últimos quatro, cinco anos e que o mundo quer hoje produtos básicos. "Ninguém vai deixar de comer."

Para Giannetti, a defesa de incentivos à exportação de commodities não deve ocorrer em detrimento do incentivo à exportação de manufaturados. O economista defendeu que as duas questões não são conflitantes.

"A gente não pode olhar para o Brasil com a dimensão territorial, populacional, com as questões sociais que tem, e pensar que a gente vai continuar exportando soja em grão, ao invés de óleo e farelo, exportando algodão em vez de vestuário, carne in natura ao invés de cortes especiais embalados. O mesmo serve para a área de minério", afirmou Giannetti. "O Brasil tem que exportar valor agregado. Não é uma coisa contra a outra, é a commodity mais o produto manufaturado."

Jank respondeu afirmando que adicionar valor agregado aos produtos é uma meta, mas nem sempre leva à lucratividade. Ele explicou que a indústria de commodities é altamente desenvolvida em tecnologia e que, por distorções da cadeia produtiva, é muitas vezes mais lucrativa do que a indústria da transformação.

"A Vale ganha muito dinheiro com minério de ferro e logística, mas talvez não ganhasse tanto com o aço, porque há excedente no mundo. Há distorções que beneficiam o produto básico. O manufaturado nem sempre é tão lucrativo."

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Rio - O presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar, Marcos Jank, defendeu hoje que há uma larga cadeia de tecnologia por trás das commodities agrícolas vendidas pelo Brasil e que exportar alimentos e energia não é "uma volta ao passado". Jank estava respondendo a comentários do diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto Giannetti da Fonseca, e do vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, no Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex), no Rio de Janeiro.

Para os dois últimos, houve uma volta ao passado, com risco de desindustrialização, com o aumento do peso das commodities na pauta de exportações brasileira em detrimento de produtos manufaturados. "Tende a se achar que a commodity é desindustrialização, o que não é verdade. Isso me deixa profundamente incomodado", disse Jank, acrescentando que há uma incorporação grande e cada vez mais sofisticada da indústria nos alimentos e na energia vendida pelo País. "Para um grão de soja é preciso uma quantidade imensa de máquinas, químicas, processamento", exemplificou Jank.

Segundo ele, não há sinais de desindustrialização e o Brasil está indo apenas na direção de sua vocação e do que é esperado do País. Ele afirma que houve uma mudança de cenário nos últimos quatro, cinco anos e que o mundo quer hoje produtos básicos. "Ninguém vai deixar de comer."

Para Giannetti, a defesa de incentivos à exportação de commodities não deve ocorrer em detrimento do incentivo à exportação de manufaturados. O economista defendeu que as duas questões não são conflitantes.

"A gente não pode olhar para o Brasil com a dimensão territorial, populacional, com as questões sociais que tem, e pensar que a gente vai continuar exportando soja em grão, ao invés de óleo e farelo, exportando algodão em vez de vestuário, carne in natura ao invés de cortes especiais embalados. O mesmo serve para a área de minério", afirmou Giannetti. "O Brasil tem que exportar valor agregado. Não é uma coisa contra a outra, é a commodity mais o produto manufaturado."

Jank respondeu afirmando que adicionar valor agregado aos produtos é uma meta, mas nem sempre leva à lucratividade. Ele explicou que a indústria de commodities é altamente desenvolvida em tecnologia e que, por distorções da cadeia produtiva, é muitas vezes mais lucrativa do que a indústria da transformação.

"A Vale ganha muito dinheiro com minério de ferro e logística, mas talvez não ganhasse tanto com o aço, porque há excedente no mundo. Há distorções que beneficiam o produto básico. O manufaturado nem sempre é tão lucrativo."

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