Exportadores chineses se preocupam com guerra comercial, mostra pesquisa
Em uma pesquisa com 135 exportadores chineses, 65 por cento expressaram "preocupações" sobre tensão entre EUA e China
Reuters
Publicado em 17 de abril de 2018 às 09h46.
Guangzhou, China - Enquanto Washington e Pequim se enfrentam em uma disputa comercial , os exportadores chineses estão demonstrando preocupação com um agravamento, embora muitos digam que esperam que o pior seja evitado conforme as negociações continuam.
Em uma pesquisa com 135 exportadores chineses, 65 por cento expressaram algumas "preocupações" sobre uma guerra comercial.
Mas apenas 26 por cento esperam que uma guerra comercial em larga escala aconteça enquanto os negociadores dos lados chinês e norte-americano elaboram listas tarifárias que atualmente podem afetar cerca de 100 bilhões de dólares em bens de ambos os lados.
"O trovão é muito alto", disse Stephen Chow, gerente sênior da Provision, uma fabricante de televisores de tela plana de Guangzhou. "Mas as gotas de chuva podem ser muito pequenas". Ele acrescentou: "as coisas não terminarão tão seriamente quanto dizem agora".
Com apenas fábricas chinesas com negócios nos Estados Unidos em certas categorias específicas devendo ser afetadas diretamente pelas tarifas, havia mais uma sensação de mau presságio do que um pânico total na segunda-feira, com os corredores da Canton Trade Fair, a maior feira de comércio da China, cheios de compradores.
A pesquisa conduzida pela Reuters mostrou que os exportadores chineses estão mais preocupados com os custos de produção, novas encomendas e questões cambiais, do que com temores de um crescente protecionismo comercial.
A Canton Trade Fair atrai mais fabricantes chineses e compradores estrangeiros do que outras rivais, servindo como um termômetro do setor de exportação da China, que responde por cerca de 18 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Enquanto cerca de três quartos dos exportadores disseram que negociavam com os Estados Unidos, 46 por cento disseram que não esperavam "nenhuma mudança" em seus negócios este ano como resultado da briga comercial e cerca de um quarto esperava uma queda.