Exportações de milho e soja caem em agosto, diz Secex
Embarques de milho ganharam força em agosto frente a meses anteriores do ano, somando 2,46 milhões de toneladas
Da Redação
Publicado em 1 de setembro de 2014 às 17h26.
São Paulo - As exportações de soja e milho do Brasil em agosto ficaram abaixo das registradas um ano antes, num momento em que os embarques da oleaginosa tendem a ser mais fracos e os do cereal se apresentam mais fortes, informou nesta segunda-feira a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Apesar de menores que no mesmo período do ano passado, os embarques de milho ganharam força em agosto frente a meses anteriores do ano, somando 2,46 milhões de toneladas, ante 592 mil toneladas em julho, mas ainda perdem para agosto de 2013, quando somaram 3,05 milhões de toneladas.
Um ano atrás, os Estados Unidos --maior exportador de milho-- ainda estavam sofrendo com baixos estoques após uma forte seca, com baixa disponibilidade do produto. Muitos compradores internacionais voltaram-se para o Brasil, que exportou um volume recorde no ano passado.
Atualmente, os Estados Unidos já vivem situação diferente: colheram uma boa safra 2013/14 e se preparam para uma nova grande colheita em 2014/15, começando em poucas semanas.
A ampla oferta global se reflete em queda de preços.
A tonelada de milho em agosto foi vendida pelo Brasil a 193 dólares em média, contra 232 dólares um ano antes, segundo a Secex.
Soja
Na soja, passado o pico de exportações registrado em abril, os embarques caem a cada mês, e o milho tende a ocupar espaço nos portos.
O volume de soja de agosto foi de 4,12 milhões de toneladas, ante 6,04 milhões em julho.
Os números também parecem indicar um ritmo mais bem distribuído ao longo do ano para as exportações de soja, uma vez que em agosto de 2013 foram embarcados 5,38 milhões de toneladas.
O Brasil ainda deverá embarcar um volume recorde este ano, disse mais cedo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), que reúne as grandes empresas exportadoras.
A entidade manteve a projeção feita em meados de agosto, de exportações totais de 45 milhões de toneladas em 2014, superando a marca de 2013, de 42,8 milhões de toneladas.
No acumulado do ano, o Brasil já exportou 42 milhões de toneladas, contra 37,2 milhões de toneladas no mesmo período de de 2013.
Como o Brasil é o único grande fornecedor com soja disponível neste momento no mercado mundial, poucas semanas antes da colheita de uma safra recorde nos EUA, os preços em agosto nos portos nacionais não caíram na mesma proporção que os de milho.
A tonelada de soja foi negociada a 518 dólares por tonelada no mês passado, ante 538 dólares um ano antes, disse a Secex.
"De forma geral, o clima segue muito favorável ao bom desenvolvimento da safra norte-americana de soja. Apesar da alta demanda pelo grão por parte da China, o nível de estoque global do grão apresenta-se em ampla recuperação", destacou a consultoria Clarivi em um relatório semanal nesta segunda-feira.
Atualmente, a relação entre estoque global de soja e consumo está em 110 dias, contra 77 dias na média dos últimos 20 anos, disse a consultoria.