Economia

Eurozona terá um novo ano de recessão em 2013

A economia do bloco deve sofrer contração de 0,3% neste ano


	Escultura do euro em frente do BCE na cidade de Frankfurt, Alemanha: o crescimento retornará ao bloco apenas em 2014
 (Alex Domanski/Reuters)

Escultura do euro em frente do BCE na cidade de Frankfurt, Alemanha: o crescimento retornará ao bloco apenas em 2014 (Alex Domanski/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2013 às 13h24.

Bruxelas - A Eurozona enfrenta um novo e duro ano de recessão em 2013, com um índice de desemprego que pode chegar a afetar quase 20 milhões de pessoas, e com os déficits de França e Espanha acima dos objetivos fixados, segundo as previsões divulgadas nesta sexta-feira pela Comissão Europeia.

O Produto Interno Bruto (PIB) da Eurozona terá neste ano uma contração média de 0,3%, depois de ter caído 0,6% em 2012, afirmam as estimativas de inverno da Comissão.

O crescimento só retornará a esta região de 340 milhões de habitantes em 2014, quando estima-se que suas economias crescerão em média 1,4%.

No entanto, a situação do desemprego se agravará, passando de 11,4% da população economicamente ativa em 2012 a mais de 12,2% em 2013, com picos de cerca de 27% na Espanha e na Grécia. Isso supõe a existência de 19 milhões de desempregados.

Nestas sombrias perspectivas a atenção se concentra particularmente na França e na Espanha, segunda e quarta economias deste bloco no qual figuram três dos sete membros do G7 de potências industrializadas (Alemanha, França e Itália).

A França não conseguirá cumprir com seu compromisso de reduzir seu déficit público em 2013 a 3% do PIB: o déficit francês será de 3,7% neste ano e de 3,9% no próximo, segundo a Comissão de Bruxelas.

Isso se deverá a um crescimento quase nulo (0% em 2012 e 0,1% previsto para 2013), indicou a Comissão, ressaltando que a boa situação da economia francesa depende "da estabilidade de toda a Eurozona".

O déficit público da Espanha disparou em 2012, por sua vez, a 10,2% do PIB, de acordo com estas estimativas, que levam em conta a recapitalização dos bancos, equivalente a 3,2 pontos percentuais. Sem esta recapitalização, o déficit seria de 7%, similar ao objetivo do governo espanhol, indicou em uma coletiva de imprensa o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Olli Rehn.


Para 2013, o déficit espanhol será de 6,7% e o prognóstico para 2014 é de 7,2% do PIB, longe dos objetivos de Madri, que prometeu passar abaixo do teto autorizado de 3% do déficit no próximo ano.

Em relação ao crescimento, a economia espanhola prolongará sua recessão em 2013, com um PIB que, segundo estas previsões, se contrairá 1,4%, o mesmo retrocesso que o avaliado para 2012. A Espanha só voltará ao caminho do crescimento em 2014 (+0,8%), segundo a Comissão.

Por outro lado, a dívida da Espanha passará de 88% do PIB em 2012 a 96% em 2013 e subirá a 101% em 2014. Esta dívida era de apenas 40% em 2008, então muito abaixo dos critérios europeus, que impõe uma dívida pública inferior a 60% do PIB.

Embora os Estados membros que registram desvios orçamentários se vejam expostos a sanções financeiras, parece que o executivo europeu optará por certa clemência, tanto perante a França como a Espanha.

Madri já obteve por diversas vezes prorrogações de Bruxelas nos prazos para reduzir seu déficit público, levando em conta as reformas econômicas e os ajustes realizados pelo governo espanhol.

Ao ser interrogado sobre a possibilidade de ampliar ainda mais o prazo - de um déficit abaixo dos 3% em 2014 - Olli Rehn disse que era prematuro se pronunciar a respeito, à espera de informações suplementares sobre a situação espanhola.

Rehn já havia reiterado várias vezes que, "se o crescimento se deteriorar de maneira imprevista, um país pode se beneficiar de um prazo (suplementar) para corrigir seu déficit excessivo" sempre que "tenham sido feitos os esforços orçamentários solicitados".

Em relação à França, "estudaremos o caso em maio, depois que Paris tiver apresentado seus programas de estabilidade e de reformas, que incluam um exame de seu gasto público", afirmou Rehn, que não descarta, portanto, conceder a este país um prazo até 2014 para reduzir seu déficit a 3%.

*Matéria atualizada às 13h24

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