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Publicado em 12 de julho de 2021 às 21h41.
Por Fergal O'Brien e Flavia Rotondi, da Bloomberg
Os governos europeus estão avançando a reabertura econômica, apostando na combinação de vacinas, protocolos sanitários e bom senso para permitir que a vida siga na direção da normalidade apesar do aumento nos casos de covid-19.
Apesar das preocupações com a rápida disseminação da variante delta, as autoridades estão se curvando à frustração do público e aos pedidos das empresas, se afastando das medidas mais rigorosas de confinamento implantadas em 2020. A visão prevalente, resumida por um representante do governo francês, é que é hora de “conviver com o vírus”.
No Reino Unido, o primeiro-ministro Boris Johnson deve confirmar o término das restrições na data planejada, em 19 de julho, incluindo a obrigação jurídica de uso de máscara em lugares fechados.
O anúncio de Johnson incluirá uma advertência sobre o aumento de casos e recomendará que as pessoas ajam com cuidado. Ele conta com essa postura e com a vacinação em massa para limitar a propagação da doença. Mais da metade da população do Reino Unido está totalmente vacinada, em comparação com a média de 40% entre os países integrantes da União Europeia.
“As vacinas são fantásticas, mas é preciso dar tempo para que funcionem”, disse Peter Openshaw, professor de medicina experimental da Imperial College, à rádio BBC. “Enquanto isso, é fundamental continuar com todas medidas que sabidamente reduzem o contágio.”
Os números mais recentes mostram que o aumento de casos está ligado a grandes aglomerações, principalmente por jovens adultos não imunizados.
Isso significa que, enquanto as autoridades descartam novas rodadas de lockdown, vários países estão sendo forçados a reintroduzir, ou pelo menos considerar, outras restrições.
Portugal ampliou o toque de recolher noturno para mais municípios. Os limites já se aplicam a Lisboa e alguns locais no Algarve que atraem muitos turistas. A França pode reintroduzir limitações para o número de frequentadores em bares, restaurantes e outros estabelecimentos, afirmou um alto representante do Ministério de Assuntos Europeus, Clement Beaune, à rádio Europe 1 no domingo.
“Precisamos conviver com o vírus e isso significa que não fechamos tudo novamente e não há tanta rigidez quanto antes porque existe vacina”, disse Beaune.
O governo da Grécia deve atualizar as medidas de combate ao vírus no início desta semana, podendo incluir novas restrições após um salto no número de casos.
Em Chipre, que agora é um dos locais mais preocupantes da pandemia na Europa, há limite de 50% da capacidade em locais fechados, como teatros e cinemas. A partir de 21 de julho, a capacidade poderá aumentar para 75%, desde que os clientes estejam totalmente vacinados ou tiverem contraído a Covid-19 nos últimos seis meses.
A Itália também estuda opções e, segundo a imprensa local, pode aumentar o nível de risco de "branco" para "amarelo" se as tendências atuais se mantiverem, o que poderia levar a restrições em bares e restaurantes.
Um ponto comum entre tantas regras é o apelo das autoridades para que as pessoas se vacinem, em meio a sinais de que as campanhas de imunização estão perdendo ímpeto.
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