A reunião estava prevista para esta quarta-feira (Louisa Gouliamaki/AFP)
Da Redação
Publicado em 14 de fevereiro de 2012 às 16h44.
Bruxelas - O Eurogrupo decidiu nesta terça-feira adiar para o próximo dia 20 a reunião dos ministros de Finanças da zona do euro, que estava marcada para amanhã, com o argumento de que o governo da Grécia ainda não cumpriu todas as condições para receber seu segundo pacote de ajuda.
O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, afirmou por meio de comunicado oficial que ainda é necessário mais trabalho técnico em várias áreas entre Grécia e a chamada 'troika' - formada pela Comissão Europeia, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Central Europeu - e que ainda não recebeu o compromisso por escrito dos líderes dos partidos da coalizão do governo grego que aplicarão o plano de ajuste e as reformas estruturais estipuladas.
Juncker explicou que amanhã será realizada apenas uma conferência telefônica entre os ministros dos países da zona do euro para analisar as condições pendentes para a aprovação do segundo pacote de ajuda financeira de 130 bilhões de euros à Grécia, e preparar a reunião ordinária da próxima segunda-feira.
Desta forma, o segundo resgate da Grécia não será mais aprovado nos próximos cinco dias, e um mês antes de Atenas honrar o pagamento de 14,5 bilhões de euros em juros da dívida. Se não receber a tempo uma nova injeção de ajuda internacional, o país terá que se declarar moratória.
De acordo com Juncker, após a reunião de hoje ficou claro que a Grécia ainda deve identificar o corte adicional que terá que realizar em 2012 - no valor de 325 milhões de euros - para cumprir o objetivo de déficit, assim como concluir a análise da sustentabilidade da dívida.
Também falta os ministros de Finanças da zona do euro receberem as garantias por escrito dos líderes dos partidos do governo de unidade grego que aplicarão os ajustes depois das eleições antecipadas, previstas para abril.
Paralelamente é preciso fechar o acordo entre Grécia e os credores privados sobre a troca de bônus para perdoar o país de metade de sua dívida (100 bilhões de euros).
Com isso, o governo de Lukas Papademos ainda precisa atender dois das três requisitos fixados na quinta-feira passada pelo Eurogrupo, já que o primeiro - o de que o parlamento grego aprove as medidas de austeridade exigidas pela 'troika' - foi completado.