Economia

Uma ameaça chamada euro

O euro foi idealizado para criar um mercado único na Europa, estimulando a cooperação entre os países membros e trazendo, como consequência, um crescimento econômico e uma integração política. Como se sabe, pouca coisa saiu como previsto. Nesta terça-feira, em uma palestra na London School of Economics, o Nobel de Economia Joseph Stiglitz irá defender sua […]

EURO: ganhar do prêmio Nobel defende que moeda é principal problema do bloco / Pablo Blazquez Dominguez/Getty Images

EURO: ganhar do prêmio Nobel defende que moeda é principal problema do bloco / Pablo Blazquez Dominguez/Getty Images

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Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2016 às 21h18.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h54.

O euro foi idealizado para criar um mercado único na Europa, estimulando a cooperação entre os países membros e trazendo, como consequência, um crescimento econômico e uma integração política. Como se sabe, pouca coisa saiu como previsto. Nesta terça-feira, em uma palestra na London School of Economics, o Nobel de Economia Joseph Stiglitz irá defender sua tese de que o euro é, na verdade, a maior ameaça à sobrevivência da União Europeia.

A moeda é tema de seu último livro, lançado neste mês – The Euro: and its threat to Europe (O Euro: e sua ameaça para a Europa) – no qual o autor defende que euro teria falhado em seus dois principais objetivos: promover prosperidade e harmonia entre os países. Não é difícil entender sua crítica quanto à prosperidade. A taxa de desemprego do bloco alcançou os 10% no auge da crise em 2009 e se mantém no mesmo patamar desde então. Nos Estados Unidos, a taxa saiu dos 10% para 4,9% em junho deste ano.

A falha na harmonia salta aos olhos. Há dois meses o Reino Unido decidiu, em referendo, deixar o bloco. “O euro é a história de trivialidades proferidas por políticos sem escola em economia que criaram a sua própria realidade”, afirma Stiglitz.

Apesar de passar 300 páginas do livro criticando o projeto da moeda, ele defende que ainda vale a pena salvá-la criando uma espécie de “euro flexível”. Para garantir sua eficiência seria preciso um plano bem definido que envolvesse uma taxa de câmbio fixa entre os países, e uma única taxa de juros. Além disso, seria preciso criar políticas industriais para ajudar países do bloco que estão muito atrás no desenvolvimento econômico. Seria preciso que a Alemanha, por exemplo, abrisse mão de parte do seu crescimento em prol da Estônia. Em se tratando de Stiglitz, todos pararão para ouvir. Levar suas ideias para a prática já é outra história.

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