Economia

EUA recuperam 4,8 milhões de empregos em junho e superam expectativas

Foi a maior alta em novas vagas de trabalho em um mês desde 1939. Na outra ponta, alta de casos de coronavírus no país podem frear retomada

Atendente em Michigan, nos EUA: reabertura de restaurantes e bares em maio acelerou criação de vagas, mas nova onda do coronavírus preocupa (Emily Elconin/Reuters)

Atendente em Michigan, nos EUA: reabertura de restaurantes e bares em maio acelerou criação de vagas, mas nova onda do coronavírus preocupa (Emily Elconin/Reuters)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 2 de julho de 2020 às 09h53.

Última atualização em 2 de julho de 2020 às 16h29.

Os Estados Unidos criaram 4,8 milhões de empregos no mês de junho, segundo dados divulgados pelo Departamento de Trabalho nesta quinta-feira, 2. Após quedas históricas em abril e maio, a criação de vagas se recuperou em ritmo recorde em meio à reabertura da economia no país diante da pandemia do novo coronavírus -- mas pode ser novamente freada por uma nova onda de casos no país nas últimas semanas.

Junho teve a maior alta de empregos em um mês desde que o governo começou a contabilizar as vagas, em 1939. Economistas consultados pela Reuters previam a criação de 3 milhões de empregos em junho. Em maio, haviam sido criados 2,7 milhões de postos de trabalho.

O desemprego total ainda siga muito abaixo dos números pré-pandemia. Com os novos dados, a taxa de desemprego caiu para 11,1%. Em maio, a taxa estava em 13,3%, e em 14,7% em abril, o menor nível dos últimos 80 anos, desde os anos 1940.

Antes da pandemia, a taxa de desemprego americana vinha em uma baixa histórica, abaixo de 4% desde meados de 2018. No fim do ano passado, o desemprego atingiu 3,5%, taxa que foi repetida em fevereiro deste ano, antes da pandemia -- o menor nível de desemprego registrado em quase 50 anos no país.

A alta na criação de vagas em junho pode mostrar que o pico da recessão causada pela covid-19 já passou no país, em linha com bons resultados de consumo divulgados nas últimas semanas e bons resultados industriais e de consumo no exterior, em regiões como China e Europa.

Mas um aumento recorde de casos nos EUA ameaça a recuperação econômica e pode levar a mais fechamentos do comércio em algumas regiões. Alguns estados, como o Texas, já restringiram novamente as regras para o comércio.

Temor da segunda onda

Os dados divulgados pelo Departamento de Trabalho se baseiam em informações coletadas na segunda semana do mês passado, antes da maior alta em casos que atingiu o país nas últimas semanas. Também foram divulgados nesta quinta-feira os dados de pedidos de seguro desemprego nos Estados Unidos, que são semanais e costumam dar a economistas e investidores uma visão mais atual do cenário.

O número de americanos que pediu o seguro na semana encerrada em 27 de junho foi de 1,427 milhões de pessoas, ante previsão de 1,38 milhões dos economistas da editora Dow Jones, dona do jornal The Wall Street Journal.

É a 15ª semana seguida em que o número de pedidos fica acima de 1 milhão.

O temor é que empresas, sobretudo no setor de serviços que começava a reabrir, parem novamente de contratar diante da possibilidade de novas ondas de contágio e fechamento do comércio.

Desemprego no Brasil

Também em meio à crise do coronavaírus, novos dados nesta terça-feira, 30, apontaram que a taxa de desemprego no Brasil subiu para 12,9% no trimestre encerrado em maio, ante os 11,6% no período até fevereiro. As informações são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do IBGE.

O contingente de desempregados ficou em 12,7 milhões, um aumento de mais 368.000 pessoas. Pela 1ª vez desde desde o início da Pnad Contínua, em 2012, menos da metade das pessoas com idade para trabalhar está ocupada no Brasil

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