Economia

EUA pode banir petróleo russo mesmo sem adesão de aliados

O governo americano ainda não decidiu sobre a proibição e o momento e o escopo de qualquer movimento ainda não foram acertados, segundo fontes

ExxonMobil: ESG ficou para trás? (Nick Oxford/File Photo/Reuters)

ExxonMobil: ESG ficou para trás? (Nick Oxford/File Photo/Reuters)

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Bloomberg

Publicado em 7 de março de 2022 às 20h17.

Última atualização em 8 de março de 2022 às 10h58.

Por Jennifer Jacobs e Ari Natter, da Bloomberg

A Casa Branca estuda a possibilidade de proibir importações de petróleo russo pelos EUA, mesmo sem a adesão de aliados na Europa, pelo menos inicialmente, de acordo com duas pessoas a par do assunto.

O governo ainda não decidiu sobre a proibição e o momento e o escopo de qualquer movimento ainda não foram acertados, segundo as fontes, que falaram sob condição de anonimato. Autoridades estão em contato com aliados sobre uma possível proibição, ao mesmo tempo em que trabalham para atenuar o impacto doméstico, disseram as pessoas.

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O barril atingiu US$ 139 na Ásia nesta segunda-feira, após relatos de que o governo do presidente Joe Biden avalia um possível embargo ao petróleo russo, aumentando os temores em relação ao abastecimento em um mercado já volátil.

Na semana passada, autoridades discutiram com representantes da indústria de petróleo e gás dos EUA como uma proibição poderia afetar os consumidores americanos e o fornecimento global de energia. No Congresso em Washington, parlamentares de ambos os partidos se movimentam para aprovar projetos de lei que impedem importações de petróleo da Rússia, a fim de punir o Kremlin pela invasão da Ucrânia.

A presidente da Câmara de Deputados, Nancy Pelosi, afirmou que a casa está “explorando legislação forte” que proibiria a importação de petróleo e produtos energéticos russos, entre outras medidas para isolar a Rússia da economia global.

No domingo, o secretário de Estado, Antony Blinken, informou que os EUA e seus aliados europeus estão discutindo uma possível proibição das importações de petróleo russo para intensificar o aperto econômico contra o presidente Vladimir Putin.

Outros aliados dos EUA, como Coreia do Sul e Japão, provavelmente seguirão o exemplo se o governo Biden proibir o petróleo russo, mesmo que isso os deixe vulneráveis, avalia John Driscoll, estrategista-chefe da JTD Energy Services. “Você está tirando um dos maiores exportadores de petróleo do mundo da equação”, disse ele. “Isso terá grande impacto não apenas nas exportações de petróleo da Rússia, mas também na cadeia de suprimentos como um todo.”

Até agora, o gás e o petróleo da Rússia foram poupados das sanções adotadas pelos EUA e países europeus devido à preocupação com o impacto econômico. A Europa tem maior dependência do petróleo russo e, em particular, do gás natural.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, se referiu à dificuldade de reduzir a dependência da União Europeia dos combustíveis fósseis russos no curto prazo. “Estamos discutindo na União Europeia uma abordagem estratégica, um plano para acelerar o investimento em energias renováveis, para diversificar nosso suprimento de energia”, disse ela à rede CNN no domingo.

O senador democrata Joe Manchin, integrante do grupo bipartidário de parlamentares que apoiam um projeto de lei em favor da restrição, sugeriu no domingo que os EUA podem avançar mesmo sem a participação de outras nações.

“É tolice continuarmos comprando produtos e dando lucro e dando dinheiro que Putin pode usar contra o povo ucraniano”, disse Manchin ao canal NBC, citando também recursos inexplorados no setor de energia dos EUA.

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