Economia

EUA fecha 2018 com crescimento, mas economia segue enfraquecendo, diz Fed

Banco Central americano afirma que paralisação parcial de 35 dias do governo americano pode limitar crescimento do PIB no primeiro trimestre de 2019

Fed: Instituição não aumentou os juros básicos da economia norte-americana (Joshua Roberts/Reuters)

Fed: Instituição não aumentou os juros básicos da economia norte-americana (Joshua Roberts/Reuters)

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Reuters

Publicado em 22 de fevereiro de 2019 às 16h25.

Washington - A economia dos Estados Unidos manteve um crescimento "sólido" na segunda metade de 2018, provavelmente expandindo "pouco menos" de 3 por cento no ano, mas os gastos de consumidores e negócios começaram a enfraquecer, disse o Banco Central nesta sexta-feira em seu relatório semianual de política monetária ao Congresso.

Em um documento que equilibrou sua perspectiva mais positiva para uma economia ainda em crescimento com uma gama de riscos domésticos e globais emergentes, o Fed explicou porque deixou aumentos de juros adicionais em suspenso no mês passado.

De um apetite por risco "deteriorado" entre investidores a uma desaceleração na China, a perspectiva de políticas governamentais está "mais incerta do que antes", disse o Fed, observando "condições globais e econômicas mais amenas".

Isso pode respingar no início de 2019, alertou o Fed, dizendo que a paralisação parcial de 35 dias do governo dos EUA "provavelmente limitou o crescimento do PIB no primeiro trimestre deste ano".

Em 2018, disse o Fed, "o gasto do consumidor se expandiu a uma taxa forte na maior parte da segunda metade... mas o gasto parece ter se enfraquecido perto do final do ano".

"O investimento dos negócios também cresceu, mas o crescimento parece ter desacelerado um pouco", acrescentou.

A confiança de consumidores e negócios continua "favorável", mas "algumas medições se suavizaram desde o outono", relatou o banco central. "As condições financeiras domésticas para negócios e lares passaram a sustentar menos o crescimento econômico".

O Fed observou ao Congresso que continuará a reduzir o tamanho de seu balanço patrimonial, que recuou cerca de 260 bilhões de dólares desde seu último relatório aos parlamentares, encerrando o ano próximo de 4 trilhões.

Mas o BC norte-americano também reiterou sua nova disposição para ajustar "qualquer um dos detalhes" de seu plano de balanço patrimonial se as condições econômicas e financeiras o justificarem.

O presidente do Fed, Jerome Powell, deporá aos parlamentares no Senado e na Câmara dos Deputados na terça e quarta-feiras para detalhar o relatório no que pode ser uma semana importante para dados econômicos e a percepção do banco a respeito da direção que a economia toma.

O relatório indicou alguma força econômica subjacente, mas "melhorias em andamento no mercado de trabalho" e um crescimento sólido no rendimento disponível, impulsionadas pelos cortes de impostos do governo Trump, estão incentivando o consumo das famílias.

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