Contêiner é levado para um navio no porto de Everglades em Fort Lauderdale, na Flórida (Joe Raedle/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 28 de maio de 2014 às 18h58.
Rio - A cerca de sete meses do prazo final, o Brasil caminha para ser um dos mercados onde será batida a meta de dobrar as exportações até o fim de 2014, fixada pelo governo de Barack Obama.
Segundo o presidente do Export-Import Bank (Ex-Im Bank) dos Estados Unidos, Fred Hochberg, a meta total pode não ser atingida, por causa da situação geral da economia mundial, mas o crescimento das exportações para o Brasil chama atenção.
"Pela taxa que está crescendo, sim, o Brasil irá (atingir a meta)", afirmou Hochberg ao jornal "O Estado de S. Paulo", no Rio.
Segundo dados do governo dos EUA, de 2009 a 2012, as exportações para o Brasil avançaram 76,9%, para US$ 48,8 bilhões.
O valor inclui também serviços - diferentemente da metodologia da balança comercial brasileira, divulgada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Os dados brasileiros apontam para importações de US$ 20,183 bilhões oriundas dos EUA em 2009. Ano passado, as importações dos EUA fecharam o ano em US$ 37,302 bilhões, alta nominal de 84,8%.
Já o Brasil exportou US$ 24,862 bilhões ano passado, segundo o Mdic. Até abril, são US$ 11,677 bilhões em importações dos EUA, queda de 1,4% em relação a igual período de 2013.
Hochberg minimizou as rusgas diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos após a revelação de que a NSA, uma das agências de inteligência norte-americanas, espionou mensagens da presidente Dilma Rousseff e da Petrobras.
"Uma das forças da relação entre EUA e Brasil são os laços comerciais", afirmou.
O Ex-Im Bank tem uma carteira ativa de US$ 2,9 bilhões em empréstimos para clientes brasileiros. O banco atua no financiamento a empresas brasileiras importadoras, garantindo demanda para as exportações norte-americanas.
No ano fiscal de 2013 (encerrado em setembro), as autorizações a empréstimos para negócios no Brasil somaram US$ 232 milhões, mas Hochberg não tem uma projeção para o ano fiscal de 2014. A tendência é estabilizar nesse valor.
"O que realmente fazemos é preencher as lacunas que o mercado privado ou o BNDES não conseguem preencher", afirmou Hochberg, destacando o setor de energia, aeronaves e helicópteros na pauta de exportações dos EUA para o Brasil.
O presidente do Ex-Im Bank visitou nesta quarta-feira, 28, a planta da Gás Verde, controlada pela Biogás Energia Ambiental, que processa o gás metano do antigo aterro sanitário de Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, que, de 1978 a 2012, foi depósito de todo o lixo gerado no Rio.
A planta fornece o gás para a Refinaria Duque de Caxias (Reduc), da Petrobras, e recebeu empréstimo de US$ 48,6 milhões do Ex-Im Bank, para comprar tecnologias desenvolvidas pela Firm Green, pequena empresa de base tecnológica sediada na Califórnia.