Economia

Estudo do Ipea mostra déficit crescente da Previdência

Segundo a nota do Ipea, o déficit dos Regimes Próprios de Previdência Social dos Servidores Públicos em 2017 será de aproximadamente R$ 180 bilhões

Previdência: segundo o Ipea, a reforma da Previdência é essencial para evitar que as tendências se agravem (Antonio Cruz/ABr/Reprodução)

Previdência: segundo o Ipea, a reforma da Previdência é essencial para evitar que as tendências se agravem (Antonio Cruz/ABr/Reprodução)

AB

Agência Brasil

Publicado em 15 de fevereiro de 2018 às 17h53.

Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado hoje (15) mostra que haverá um crescimento do déficit da Previdência Social nos próximos anos, com o aumento no número de aposentadorias.

Segundo a nota técnica do Ipea, o déficit dos Regimes Próprios de Previdência Social dos Servidores Públicos (RPPSs) em 2017 será de aproximadamente R$ 180 bilhões. Em 2016, esse déficit, que considera os regimes próprios da União, estados e municípios, ficou em R$ 170,79 bilhões.

O crescimento do número de servidores aposentados e os aumentos de salários concedidos ao funcionalismo entre 2004 e 2014 são apontados pelo Ipea como fatores determinantes para a elevação das despesas previdenciárias.

"Vai se consolidando, portanto, um quadro em que cada vez mais os recursos disponíveis para a União e os governos estaduais se direcionam para gastos com Previdência e pessoal, com impactos indiretos negativos relevantes sobre as demais áreas ou setores", diz o estudo.

Segundo o Ipea, a reforma da Previdência é essencial para evitar que essas tendências se agravem nos próximos anos.

"Trata-se de medida que melhora a situação fiscal e atuarial dos RPPSs, gera equidade entre os trabalhadores do setor privado e do INSS [Instituto Nacional do Seguro Social], bem como gera ganhos de sustentabilidade com impactos positivos sobre a distribuição de renda."

Contraponto

No ano passado, o Senado criou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a necessidade da reforma da Previdência. Após seis meses de trabalho, a CPI concluiu que não existe déficit da Previdência Social ou da Seguridade Social no Brasil.

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