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Estoques na indústria seguem acima do normal, diz FGV

Dados preliminares apontam para recuo de 3,2% no Índice da Confiança da Indústria em julho

Estoques: empresários veem pouca margem fiscal para que o governo promova estímulo na atividade (Marcos Rosa/VEJA)
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Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2014 às 18h44.

Rio - A expectativa de que a confiança dos empresários da indústria poderia mostrar alguma melhora no início do segundo semestre até agora não se confirmou.

Os estoques continuam acima do normal, e a demanda segue sendo avaliada de forma negativa. "O que vínhamos observando nos últimos meses continua", observou o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da Fundação Getúlio Vargas ( FGV ), Aloisio Campelo.

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Dados preliminares apontam para recuo de 3,2% no Índice da Confiança da Indústria (ICI) em julho. Caso este resultado seja confirmado no fim do mês, a perda no ano ficará acumulada em 15,5%.

"Achava que essa hipótese (de haver melhora na confiança) poderia ser verdadeira já neste mês. Mas isso não ocorreu", ressaltou Campelo.

Apesar disso, a queda deve ser menor do que a redução de 3,9% observada em junho.

"É um movimento muito tímido de melhora na confiança", disse o superintendente. Segundo ele, era esperada uma melhora pelo menos nas expectativas, mas a desaceleração adicional da demanda por conta das paralisações durante a Copa do Mundo, que em tese seria pontual, ainda não se dissipou.

Além disso, os empresários veem pouca margem fiscal para que o governo promova algum choque ou estímulo na atividade. Com isso, piorou a perspectiva para o terceiro trimestre. "Ainda existe chance de recuperação em agosto em setembro, mas o terceiro trimestre começa mal", ponderou.

Embora a prévia não traga detalhes de cada quesito, Campelo afirmou que a confiança das indústrias de bens de capital continua em queda, sinalizando um cenário fraco para investimentos no país.

Há deterioração também na categoria de intermediários, o maior segmento da indústria brasileira, que tem enfrentado competição externa em função do real apreciado.

Nos bens de consumo , houve melhora na margem, beneficiados pelos ganhos ainda registrados na massa salarial (no caso dos não duráveis) e pela expectativa de normalização das vendas após o período de feriados (principalmente duráveis).

Do lado das expectativas, a única boa notícia foi no quesito produção de curto prazo, que registrou aumento. Isso pode sinalizar alguma reação na produção nos próximos meses, passado o período de férias coletivas e de feriados durante o evento esportivo.

"Mas no ano já está dado. Existe pouco tempo para uma recuperação, algo que inclusive a confiança não sanciona", ponderou Campelo.

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