Economia

Estados Unidos crescem 4,4% em 2004, melhor resultado desde 1999

Número pode induzir à aceleração das altas de juros americanas, desestabilizando as economias de países emergentes como o Brasil

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h25.

A economia americana cresceu 4,4% em 2004, o melhor resultado desde 1999. Nos últimos três meses do ano, o crescimento de 3,8% foi mais rápido do que o esperado, puxado em parte por um acréscimo dos investimentos (14%) que também surpreendeu. O resultado, noticia o Financial Times, sustenta a avaliação do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, de que a economia dos Estados Unidos continua crescendo em ritmo forte.

A preocupação para o Brasil é que esse ritmo forte altere o curso anunciado da política monetária nos Estados Unidos, de elevação gradual dos juros básicos. "O resultado pode interferir no rumo adotado pelo Fed", diz Luiz Alberto Machado, professor de História Econômica da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap). "O problema é justamente que ninguém sabe em que medida a conduta do banco central americano será readequada diante desse desempenho." Se os juros americanos ficarem mais atraentes mais rápido do que o esperado, recursos aplicados em países emergentes tendem a migrar de forma mais brusca para a melhor relação entre rentabilidade e segurança algo que só os títulos do Tesouro dos Estados Unidos poderão oferecer.

Os números de desempenho da economia americana também mostram que o déficit comercial anulou 1,4 ponto percentual de crescimento potencial do produto (leia reportagem de EXAME sobre os perigos dos déficits gêmeos nos Estados Unidos). Para o Brasil, diz Machado, esse resultado serve de lembrete. É justamente no comércio internacional que o país pode melhorar suas defesas em relação ao que ocorre na economia da maior potência do globo. "O Brasil precisa diversificar parcerias comerciais e dinamizar o Mercosul", diz o economista. Em um novo contexto em que o euro consolida-se como nova reserva de valor, a economia brasileira só ganharia estreitando laços com aquele bloco econômico.

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