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Estados de painel da ONU querem estimativas econômicas

Aquecimento global pode reduzir o Produto Interno Bruto entre 0,2 e 2% ao ano

Aquecimento Global: para muitos países, a estimativa é conservadora, porque exclui riscos de mudanças catastróficas (Stock.Xchange)
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Da Redação

Publicado em 28 de março de 2014 às 15h04.

Oslo - Muitos governos querem alertas mais rígidos sobre prováveis danos econômicos resultantes do aquecimento global no esboço de relatório da ONU programado para segunda-feira, dizendo que as estimativas existentes, de trilhões de dólares de perdas, são só uma parte do quadro.

Um rascunho final antes das conversas desta semana entre governos e cientistas no Japão projetou que o aquecimento pode reduzir o Produto Interno Bruto (PIB) entre 0,2 e 2 por cento ao ano ao prejudicar a saúde humana, afetar o fornecimento de água e elevar o nível dos mares.

Mas, para muitos países, a estimativa é conservadora, porque exclui riscos de mudanças catastróficas, como um derretimento acelerado do gelo da Groenlândia, um colapso de recifes de coral e uma seca na floresta Amazônica, que poderiam causar enormes perdas econômicas.

Tentando lidar com as objeções, uma versão atualizada do rascunho da reunião desta sexta-feira, obtido pela Reuters, acrescenta que as estimativas de impacto "ainda não incluem mudanças catastróficas, situações irreversíveis e muitos outros detalhes".

"As cifras mencionadas, entre 0,2 e 2 por cento do PIB, estão, na melhor das hipóteses, subestimadas, e na pior, não fazem nenhum sentido", declarou uma nota do governo britânico antes da reunião, acusando o projeto de omitir muitos riscos.

A Nicarágua disse que a extensão de perda de PIB projetada deve aumentar para 6 por cento. Algumas estimativas de perdas não incluem as mudanças previstas na frequência de eventos extremos, de ondas de calor a furacões.

"Os economistas argumentam que é difícil estimar riscos de eventos catastróficos, por isso os excluem. Mas isso é como dizer que o risco é zero, o que não é verdade", disse Bob Ward, diretor de comunicações do Instituto Grantham de Pesquisa sobre Mudança Climática e Meio-ambiente da London School of Economics.

O Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU (IPCC, na sigla em inglês) disse que só o sumário final, que será divulgado na segunda, é válido. Os encontros do IPCC são fechados à mídia, e os esboços não são liberados para publicação.

"Comentários sobre o trabalho em andamento do IPCC têm pouco valor", disse Jan-Pascal van Ypersele, vice-presidente do organismo, no Twitter. "Só a versão final importa".

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Oslo - Muitos governos querem alertas mais rígidos sobre prováveis danos econômicos resultantes do aquecimento global no esboço de relatório da ONU programado para segunda-feira, dizendo que as estimativas existentes, de trilhões de dólares de perdas, são só uma parte do quadro.

Um rascunho final antes das conversas desta semana entre governos e cientistas no Japão projetou que o aquecimento pode reduzir o Produto Interno Bruto (PIB) entre 0,2 e 2 por cento ao ano ao prejudicar a saúde humana, afetar o fornecimento de água e elevar o nível dos mares.

Mas, para muitos países, a estimativa é conservadora, porque exclui riscos de mudanças catastróficas, como um derretimento acelerado do gelo da Groenlândia, um colapso de recifes de coral e uma seca na floresta Amazônica, que poderiam causar enormes perdas econômicas.

Tentando lidar com as objeções, uma versão atualizada do rascunho da reunião desta sexta-feira, obtido pela Reuters, acrescenta que as estimativas de impacto "ainda não incluem mudanças catastróficas, situações irreversíveis e muitos outros detalhes".

"As cifras mencionadas, entre 0,2 e 2 por cento do PIB, estão, na melhor das hipóteses, subestimadas, e na pior, não fazem nenhum sentido", declarou uma nota do governo britânico antes da reunião, acusando o projeto de omitir muitos riscos.

A Nicarágua disse que a extensão de perda de PIB projetada deve aumentar para 6 por cento. Algumas estimativas de perdas não incluem as mudanças previstas na frequência de eventos extremos, de ondas de calor a furacões.

"Os economistas argumentam que é difícil estimar riscos de eventos catastróficos, por isso os excluem. Mas isso é como dizer que o risco é zero, o que não é verdade", disse Bob Ward, diretor de comunicações do Instituto Grantham de Pesquisa sobre Mudança Climática e Meio-ambiente da London School of Economics.

O Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU (IPCC, na sigla em inglês) disse que só o sumário final, que será divulgado na segunda, é válido. Os encontros do IPCC são fechados à mídia, e os esboços não são liberados para publicação.

"Comentários sobre o trabalho em andamento do IPCC têm pouco valor", disse Jan-Pascal van Ypersele, vice-presidente do organismo, no Twitter. "Só a versão final importa".

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