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Espanha vai ao BCE para credibilizar análise dos bancos

O Eurogrupo mostrou-se de acordo com estas medidas, mas exigiu à Espanha que acelerasse a análise externa dos ativos dos bancos

A avaliação creditícia será feita por um "grupo de trabalho" formado pelo Ministério da Economia, o Banco da Espanha, o BCE e analistas independentes (Ralph Orlowski/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2012 às 14h38.

Bruxelas - A Espanha recorreu ao Banco Central Europeu (BCE) para dar uma maior credibilidade à avaliação independente dos créditos dos bancos espanhóis, a fim de dissipar as dúvidas sobre os balanços das entidades por causa de chamada "crise do tijolo", ou do setor imobiliário.

Com a colaboração do BCE, o governo espanhol, liderado por Mariano Rajoy, espera concluir a análise nos próximos dois meses, uma enorme tarefa, como afirmou nesta terça-feira o ministro da Economia e de Competitividade, Luis de Guindos, em entrevista coletiva.

De Guindos transmitiu ontem à noite esta mensagem ao presidente do BCE, Mario Draghi, durante a reunião do Eurogrupo na qual apresentou a reforma financeira aprovada na sexta-feira pelo governo.

O Eurogrupo mostrou-se de acordo com estas medidas, mas exigiu à Espanha que acelerasse a análise externa dos ativos dos bancos, uma tarefa que levará à revisão do grande pacote de empréstimos dos bancos espanhóis, que supera os 3 trilhões de euros e se aproxima de 300% do PIB do país.

"Não há nada que ocultar, acreditamos que a reforma que estamos fazendo dá transparência e clareza nos balanços", ressaltou De Guindos, que também rejeitou que seja necessário pedir ajuda do fundo de resgate europeu para recapitalizar os bancos.

O ministro também negou que a participação do BCE nas avaliações independentes encarregadas a duas entidades desautorize o trabalho do Banco da Espanha, e descartou reformar por enquanto o estatuto do órgão regulador do sistema bancário espanhol para lhe dar mais independência política e recuperar sua credibilidade.

A avaliação creditícia será feita por um "grupo de trabalho" formado pelo Ministério da Economia, o Banco da Espanha, o BCE e analistas independentes.

Após a jornada negra que viveu nos mercados da dívida, nos quais o prêmio de risco chegou a atingir o recorde de 492 pontos, o ministro qualificou de "inaceitável" e "insustentável" a escalada do risco-país, e pediu uma resposta coordenada e conjunta da zona do euro para encarar a situação.

De Guindos considera que as tensões que afetam os mercados se devem, principalmente, à incerteza política vivida pela Grécia, onde os sucessivos fracassos para formar um governo após as eleições do dia 6 de maio puseram em xeque a capacidade do país de cumprir os compromissos estabelecidos pelo segundo resgate financeiro.

O ministro espanhol também descartou que a Espanha possa sofrer um "corralito" após uma hipotética saída da Grécia do euro, um cenário que foi cogitado pelo prêmio Nobel de Economia e articulista do New York Times, Paul Krugman, no fim de semana passado, mas que foi qualificado de "sem sentido" por De Guindos.

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Bruxelas - A Espanha recorreu ao Banco Central Europeu (BCE) para dar uma maior credibilidade à avaliação independente dos créditos dos bancos espanhóis, a fim de dissipar as dúvidas sobre os balanços das entidades por causa de chamada "crise do tijolo", ou do setor imobiliário.

Com a colaboração do BCE, o governo espanhol, liderado por Mariano Rajoy, espera concluir a análise nos próximos dois meses, uma enorme tarefa, como afirmou nesta terça-feira o ministro da Economia e de Competitividade, Luis de Guindos, em entrevista coletiva.

De Guindos transmitiu ontem à noite esta mensagem ao presidente do BCE, Mario Draghi, durante a reunião do Eurogrupo na qual apresentou a reforma financeira aprovada na sexta-feira pelo governo.

O Eurogrupo mostrou-se de acordo com estas medidas, mas exigiu à Espanha que acelerasse a análise externa dos ativos dos bancos, uma tarefa que levará à revisão do grande pacote de empréstimos dos bancos espanhóis, que supera os 3 trilhões de euros e se aproxima de 300% do PIB do país.

"Não há nada que ocultar, acreditamos que a reforma que estamos fazendo dá transparência e clareza nos balanços", ressaltou De Guindos, que também rejeitou que seja necessário pedir ajuda do fundo de resgate europeu para recapitalizar os bancos.

O ministro também negou que a participação do BCE nas avaliações independentes encarregadas a duas entidades desautorize o trabalho do Banco da Espanha, e descartou reformar por enquanto o estatuto do órgão regulador do sistema bancário espanhol para lhe dar mais independência política e recuperar sua credibilidade.

A avaliação creditícia será feita por um "grupo de trabalho" formado pelo Ministério da Economia, o Banco da Espanha, o BCE e analistas independentes.

Após a jornada negra que viveu nos mercados da dívida, nos quais o prêmio de risco chegou a atingir o recorde de 492 pontos, o ministro qualificou de "inaceitável" e "insustentável" a escalada do risco-país, e pediu uma resposta coordenada e conjunta da zona do euro para encarar a situação.

De Guindos considera que as tensões que afetam os mercados se devem, principalmente, à incerteza política vivida pela Grécia, onde os sucessivos fracassos para formar um governo após as eleições do dia 6 de maio puseram em xeque a capacidade do país de cumprir os compromissos estabelecidos pelo segundo resgate financeiro.

O ministro espanhol também descartou que a Espanha possa sofrer um "corralito" após uma hipotética saída da Grécia do euro, um cenário que foi cogitado pelo prêmio Nobel de Economia e articulista do New York Times, Paul Krugman, no fim de semana passado, mas que foi qualificado de "sem sentido" por De Guindos.

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