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Erro de Dilma foi interromper subsídios, diz Augustin

"Em 2014 tivemos um ano muito difícil, mas o desemprego terminou na mínima histórica de 5%, porque a política de subsídios segurou o emprego"

Arno Augustin: (José Cruz/ABr)
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Da Redação

Publicado em 16 de junho de 2016 às 10h15.

São Paulo - O ex-secretário do Tesouro Nacional Arno Augustin afirmou nesta quarta-feira, 15, que um dos principais erros do governo Dilma Rousseff foi interromper a política de subsídios para o setor produtivo.

"Em 2014 tivemos um ano muito difícil, mas o desemprego terminou na mínima histórica de 5%, porque a política de subsídios segurou o emprego. O erro foi parar com isso. Prova é que em 2015 o PIB caiu mais de 3% e tudo indica que vai cair isso de novo este ano. A grande necessidade do País é mais Estado. Estamos em recessão porque o Estado passou a ser usado para segurar a economia, não incentivar", afirmou durante evento promovido pela Fundação Perseu Abramo, braço acadêmico do PT.

Augustin fez uma espécie de mea culpa e reconheceu que talvez nem todo dinheiro usado para os subsídios tenha sido bem aplicado, mas disse que ainda assim a política era acertada.

"A eficiência do gasto público tem de ser sempre discutida, mas mesmo a pior desoneração é melhor do que dar dinheiro para o sistema financeiro", comentou.

Ele criticou a proposta da equipe econômica de Michel Temer de pedir que o BNDES devolva R$ 100 bilhões ao Tesouro. "Eles estão retirando recursos da economia para jogar no mercado financeiro."

Segundo ele, empresas estatais como Petrobras e Eletrobras perderam o apoio do governo em 2015 e por isso deixaram de investir, aprofundando a recessão.

"O conjunto das despesas primárias públicas pode e deve aumentar. O Temer quer acabar com o dinheiro para saúde, educação e tecnologia, simplesmente isso", ironizou.

O ex-secretário de Dilma disse que a equipe comandada por Henrique Meirelles está pedindo um sacrifício enorme à população e mesmo assim as projeções do mercado financeiro ainda apontam para piora da dívida pública e do emprego nos próximos meses.

"Eles dizem que com o remédio deles, que é amargo, tudo vai piorar. É brutal o sacrifício da sociedade e tudo vai piorar", comentou.

Em relação à inflação, Augustin afirmou que o IPCA só superou 10% em 2015 em função dos preços administrados, que subiram 18%, enquanto os livres aumentaram 8%.

"Essa dita inflação, para a qual se eleva os juros, foi produzida por decisões governamentais, porque elevaram os preços da energia, a Cide da gasolina, os preços da loteria. E isso não se resolve com juros", argumentou.

Segundo ele, como o governo do PT derrubou a Selic no primeiro governo Dilma Rousseff, mexeu com a especulação financeira, incomodando alguns setores da economia.

Augustin foi um dos principais artífices das "pedaladas fiscais", o atraso de repasse de verbas a bancos públicos com a intenção de aliviar a situação fiscal do governo, que depois acabou se tornando a principal razão para o processo de impeachment de Dilma.

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São Paulo - O ex-secretário do Tesouro Nacional Arno Augustin afirmou nesta quarta-feira, 15, que um dos principais erros do governo Dilma Rousseff foi interromper a política de subsídios para o setor produtivo.

"Em 2014 tivemos um ano muito difícil, mas o desemprego terminou na mínima histórica de 5%, porque a política de subsídios segurou o emprego. O erro foi parar com isso. Prova é que em 2015 o PIB caiu mais de 3% e tudo indica que vai cair isso de novo este ano. A grande necessidade do País é mais Estado. Estamos em recessão porque o Estado passou a ser usado para segurar a economia, não incentivar", afirmou durante evento promovido pela Fundação Perseu Abramo, braço acadêmico do PT.

Augustin fez uma espécie de mea culpa e reconheceu que talvez nem todo dinheiro usado para os subsídios tenha sido bem aplicado, mas disse que ainda assim a política era acertada.

"A eficiência do gasto público tem de ser sempre discutida, mas mesmo a pior desoneração é melhor do que dar dinheiro para o sistema financeiro", comentou.

Ele criticou a proposta da equipe econômica de Michel Temer de pedir que o BNDES devolva R$ 100 bilhões ao Tesouro. "Eles estão retirando recursos da economia para jogar no mercado financeiro."

Segundo ele, empresas estatais como Petrobras e Eletrobras perderam o apoio do governo em 2015 e por isso deixaram de investir, aprofundando a recessão.

"O conjunto das despesas primárias públicas pode e deve aumentar. O Temer quer acabar com o dinheiro para saúde, educação e tecnologia, simplesmente isso", ironizou.

O ex-secretário de Dilma disse que a equipe comandada por Henrique Meirelles está pedindo um sacrifício enorme à população e mesmo assim as projeções do mercado financeiro ainda apontam para piora da dívida pública e do emprego nos próximos meses.

"Eles dizem que com o remédio deles, que é amargo, tudo vai piorar. É brutal o sacrifício da sociedade e tudo vai piorar", comentou.

Em relação à inflação, Augustin afirmou que o IPCA só superou 10% em 2015 em função dos preços administrados, que subiram 18%, enquanto os livres aumentaram 8%.

"Essa dita inflação, para a qual se eleva os juros, foi produzida por decisões governamentais, porque elevaram os preços da energia, a Cide da gasolina, os preços da loteria. E isso não se resolve com juros", argumentou.

Segundo ele, como o governo do PT derrubou a Selic no primeiro governo Dilma Rousseff, mexeu com a especulação financeira, incomodando alguns setores da economia.

Augustin foi um dos principais artífices das "pedaladas fiscais", o atraso de repasse de verbas a bancos públicos com a intenção de aliviar a situação fiscal do governo, que depois acabou se tornando a principal razão para o processo de impeachment de Dilma.

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