Economia

Equipe econômica eleva o tom ao defender a reforma da Previdência

Ministros Henrique Meirelles e Dyogo Oliveira defenderam que, se a reforma não for aprovada neste ano, direitos dos aposentados serão cortados

Henrique Meirelles e Dyogo Oliveira: Meirelles disse que a aprovação mais rápida da reforma da Previdência é fundamental para recuperação da economia em 2017 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Henrique Meirelles e Dyogo Oliveira: Meirelles disse que a aprovação mais rápida da reforma da Previdência é fundamental para recuperação da economia em 2017 (Ueslei Marcelino/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 10 de abril de 2017 às 11h43.

Rio de Janeiro - A equipe econômica assumiu um tom mais alarmista para defender a necessidade de o Congresso Nacional aprovar a reforma da Previdência agora, dias após o presidente Michel Temer ter cedido aos apelos políticos e aberto mão de importantes pontos da proposta original e que vão reduzir a economia de despesas em mais de 100 bilhões de reais em uma década.

Os ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Dyogo Oliveira (Planejamento), que participaram de um mesmo evento nesta segunda-feira, defenderam que, entre outros, se a reforma não for aprovada neste ano, direitos dos aposentados serão cortados num futuro próximo e a economia não se recuperará bem neste ano.

"Temos a oportunidade de fazer a reforma da Previdência sem cortar direitos", afirmou Oliveira, acrescentando que, se ela for postergada por mais 2 ou 3 anos, essa "janela se fecha".

E Meirelles não foi diferente: "a solução lá na frente será muito pior", afirmou ele, ao se referir à necessidade de se aprovar a reforma agora.

Diante da constatação de que não teria condições de aprovar a reforma da Previdência como está, na semana passada o governo admitiu alterar a proposta em pelo menos cinco pontos mais sensíveis, que podem reduzir economia com ela em 115 bilhões de reais ao longo de 10 anos.

Também na semana passada, o governo piorou expressivamente a meta de déficit primário para o governo central em 2018, a 129 bilhões de reais.

Meirelles disse ainda que a aprovação mais rápida da reforma da Previdência é fundamental para recuperação da economia em 2017 e que, quando ela sair do papel, em 10 anos um terço das despesas totais para outras despesas poderão existir.

Já Oliveira destacou que, sem a reforma, os juros estruturais do país serão mais altos e que o governo está propondo uma reforma gradual, que não reduz benefício e não aumenta a carga tributária para os aposentados.

"Se não fizermos reforma, em 10 anos a Previdência vai responder por 80 por cento das despesas do governo", acrescentando que, com isso, "o governo estaria inviabilizado".

Segundo ele, a proposta é de que o trabalhador rural contribua para Previdência com o equivalente a 5 por cento sobre o salário mínimo.

Estados

Meirelles disse ainda que o governo está discutindo soluções com os governadores sobre a questão fiscal dos Estados e que assegurem a autonomia federativa d viabilizem a reforma previdenciária dos entes.

O ministro da Fazenda, no entanto, disse ainda que o governo não vai sacrificar o ajuste fiscal em andamento para ajudar os Estados que estão endividados.

Acompanhe tudo sobre:Henrique MeirellesMinistério da FazendaMinistério do PlanejamentoReforma da Previdência

Mais de Economia

Pacheco afirma que corte de gastos será discutido logo após Reforma Tributária

Haddad: reação do governo aos comentários do CEO global do Carrefour é “justificada”

Contas externas têm saldo negativo de US$ 5,88 bilhões em outubro

Mais energia nuclear para garantir a transição energética