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Quase 63% das famílias brasileiras têm dívidas e 24% não pagam em dia

Porcentual de famílias inadimplentes, com dívidas ou contas em atraso, aumentou em abril, para 23,9%

Alerta vai para o percentual da renda comprometido com dívidas: média aumentou de 29,2% em abril de 2018 para 29,4% em abril deste ano (PeopleImages/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de maio de 2019 às 15h18.

Última atualização em 7 de maio de 2019 às 16h16.

Rio — O porcentual de famílias brasileiras endividadas alcançou 62,7% em abril, um aumento de 0,3% em relação a março. Se comparado a abril de 2018, quando o indicador foi de 60,2% das famílias, o aumento foi de 2,5 pontos percentuais. Os dados são da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que divulgou nesta terça-feira, 7, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).

Para a CNC, essa quarta alta seguida do nível de endividamento, indica a "continuidade do processo de recuperação das concessões de crédito e do consumo das famílias".

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Em nota, a entidade alertou, porém, que, entre as famílias endividadas, a parcela média da renda comprometida com dívidas aumentou de 29,2% em abril de 2018 para 29,4% em abril de 2019 - 20,3% dos participantes da pesquisa afirmaram ter mais da metade de sua renda mensal comprometida com pagamento de dívidas.

O porcentual de famílias inadimplentes (com dívidas ou contas em atraso), também aumentou em abril, para 23,9%, ante os 23,4% de março. Na comparação com abril do ano passado, houve queda da inadimplência - ano passado, o índice chegou a 25% do total de famílias. Entre as famílias com contas ou dívidas em atraso, o tempo médio de atraso foi de 63,4 dias em abril de 2019 — inferior aos 64,3 dias de abril de 2018.

Inadimplência

A Peic de abril mostrou ainda que a inadimplência é maior entre os mais pobres. Na faixa de menor renda, o porcentual de famílias com contas ou dívidas em atraso aumentou de 26,0% em março para 26,7% em abril. Em abril de 2018, 28,0% das famílias nessa faixa de renda haviam declarado ter contas em atraso. Entre os mais pobres, 11,1% disseram não ter como pagar dívidas e contas em atraso, ante 11,0% em março e abaixo dos 11,7% de abril de 2018.

No grupo com renda superior a dez salários mínimos, o porcentual de inadimplentes alcançou 11,9% em abril, acima dos 11,4% de março, mas abaixo dos 12,6% de abril de 2018. Nesse grupo, 3,5% disseram não ter condições de pagar as dívidas e contas em atraso em abril, mesmo nível de março, mas abaixo dos 4,2% de abril de 2018.

O número de famílias brasileiras que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso alcançou 9,5% em abril, aumentando 0,1% desde março, quando a taxa era de 9,4%. Em abril de 2018, índice era maior, de 10,3%.

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