Economia

Entrada da Venezuela é 'ferida grave', diz vice uruguaio

Danilo Astori considerou que a forma como aconteceu a adesão venezuelana é ''talvez a ferida mais grave do Mercosul em seus 21 anos''

Danilo Astori, vice-presidente do Uruguai: O que ocorreu na sexta-feira passada, na cúpula de Mendoza, foi ''atingir o coração do Tratado de Assunção'' (Wikimedia Commons)

Danilo Astori, vice-presidente do Uruguai: O que ocorreu na sexta-feira passada, na cúpula de Mendoza, foi ''atingir o coração do Tratado de Assunção'' (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2012 às 19h22.

Montevidéu - O vice-presidente do Uruguai, Danilo Astori, qualificou nesta terça-feira como uma ''ferida grave'' para o Mercosul a entrada da Venezuela, aprovada no dia 29 de junho em Mendoza (Argentina), porque segundo ele é uma ''agressão institucional muito grande''.

Considerado o arquiteto da política econômica uruguaia, Astori considerou que a forma como aconteceu a adesão venezuelana é ''talvez a ferida mais grave do Mercosul em seus 21 anos''.

O que ocorreu na sexta-feira passada, na cúpula de Mendoza, foi ''atingir o coração do Tratado de Assunção'', acrescentou o vice-presidente em entrevista divulgada no site do jornal ''El Observador''.

Astori destacou que uma das regras ''mais importantes'' do tratado é que a entrada de um membro pleno ''deve ser aprovada'' por todos os membros plenos já existentes.

Previamente, na cúpula do Mercosul, foi ratificada a suspensão do Paraguai que havia sido aprovada após o impeachment do presidente do país, Fernando Lugo.

Essa suspensão abriu o caminho para a entrada da Venezuela ao bloco, solicitada há cinco anos, mas até então postergada devido à oposição do Senado paraguaio.

A adesão foi aprovada pelas presidentes de Brasil e Argentina, Dilma Rousseff e Cristina Kirchner, e o presidente do Uruguai, José Mujica, que marcaram a ratificação para o fim do mês no Rio de Janeiro.

O vice-presidente uruguaio disse considerar que o caminho seguido para a entrada da Venezuela ''pode ter grandes consequências no futuro, como o caso de a institucionalidade do Mercosul se tornar tão frágil que não sirva para nada''.

''Tomara se possa fazer algo para reverter esse processo, se essa possibilidade existir eu acho que é preciso explorá-la'', afirmou Astori. 

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