Economia

Empresas da AL buscam espaço em supermercados do Brasil

"Um nicho no Brasil é como um mercado inteiro" em outros países, afirmou Daniel Carofilis, diretor do Escritório Comercial do Equador no Brasil


	O setor nacional de supermercados prevê que suas vendas subam 8,7% neste ano, para R$ 264 bilhões, mais 9% em 2014, informou hoje Fernando Yamada, presidente da Abras
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O setor nacional de supermercados prevê que suas vendas subam 8,7% neste ano, para R$ 264 bilhões, mais 9% em 2014, informou hoje Fernando Yamada, presidente da Abras (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2013 às 20h59.

São Paulo - Com um faturamento previsto neste ano de US$ 130,95 bilhões, os supermercados brasileiros são um grande imã para algumas empresas dos países vizinhos, que buscam um nicho de mercado em suas prateleiras, como manifestaram em uma feira do setor inaugurada nesta segunda-feira em São Paulo.

"Um nicho no Brasil é como um mercado inteiro" em outros países, afirmou Daniel Carofilis, diretor do Escritório Comercial do Equador no Brasil, no pavilhão equatoriano do 29º Congresso e Feira de Negócios em Supermercados, a Feira APAS.

O Equador tenta abrir caminho com produtos como atum, rosas e chocolate, especialmente na área de "bens gourmet e premium", segundo Carofilis.

O pequeno país andino tem dificuldades para superar as barreiras alfandegárias e introduzir no Brasil alimentos como banana e camarão, indicou, o que explica em parte essa estratégia centrada em outros produtos de maior valor.

Esta é uma aposta que acompanha o desempenho do mercado, em vista do aumento de vendas no Brasil dos produtos "sofisticados", segundo um panorama do setor apresentado hoje em entrevista coletiva por João Galassi, presidente da Associação Paulista de Supermercados (APAS).

Mesmo assim, o Equador tem muita distância a percorrer, devido ao enorme desequilíbrio comercial entre os dois países. O país andino exportou em 2012 produtos por US$ 140 milhões, um crescimento de mais de 25% anual nos últimos anos, mas suas importações do Brasil somaram US$ 950 milhões, principalmente de bens de alto conteúdo tecnológico como veículos e aviões, disse Carofilis.

O Chile, no entanto, goza de uma balança mais equilibrada com o Brasil, já que no ano passado exportou bens por US$ 4,39 bilhões, mais da metade de cobre, e suas importações somaram US$ 4,939 bilhões, segundo Oscar Páez Gamboa, diretor do Escritório Comercial do Chile no Brasil.


Na feira, da qual o país participou pela primeira vez, o Chile esteve presente com azeite de oliva, vinhos e mariscos, entre outros alimentos.

Páez Gamboa disse que o objetivo de seu país não é só propiciar o encontro de exportadores chilenos com importadores brasileiros na feira, mas também "bater na mesma porta dos próprios consumidores e isso se chama estratégia de marca".

A feira, que receberá cerca de 70 mil visitantes até quinta-feira, tem a participação também de algumas empresas peruanas de cereais, ovos e conservas de verduras, entre outros produtos.

Draguich Balarín, gerente comercial da Produmar, uma companhia peruana de mariscos que é filial da espanhola Profand, qualificou o mercado brasileiro como "interessantíssimo", em particular pelos altos preços dos produtos do mar.

O maior obstáculo apontado pela Produmar foram os trâmites para exportar ao Brasil, mas após receber o sinal verde para a venda de 32 produtos, já assinou um acordo de provisão com o grupo Pão de Açúcar.

O setor nacional de supermercados prevê que suas vendas subam 8,7% neste ano, para R$ 264 bilhões, mais 9% em 2014, informou hoje Fernando Yamada, presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

Em 2012, o faturamento foi de R$ 242,9 bilhões, um número que equivale a 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, após uma alta de 8,3% com relação ao ano anterior, de acordo com dados da Abras.

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