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Empresas chinesas se unem para gerar negócios no Brasil

Grupo de empresas se reuniu para fundar associação e divulgar o trabalho das empresas de tecnologia no Brasil

Brasil-China: empreendedores daqui ignoram muito do mercado do nosso maior parceiro comercial (Getty Images/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de novembro de 2016 às 13h12.

São Paulo - Maior parceiro comercial do Brasil desde 2009, a China é também a casa de algumas das principais empresas de tecnologia do mundo, em um mercado fervilhante, mas que às vezes passa ao largo do conhecimento dos brasileiros.

Para mudar essa situação, um grupo de empresas chinesas se uniu para fundar a China Brazil Internet Promotion Agency (CBIPA), que pretende aproximar os dois países.

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"As empresas chinesas de tecnologia estão se internacionalizando, e o Brasil pode perder oportunidades dessa onda por desconhecimento. É comum as startups daqui só olharem para exemplos dos Estados Unidos ou da Europa", avalia In Hsieh, brasileiro descendente de chineses que preside a associação.

Antes de ocupar o cargo, Hsieh fundou startups como a 4Pets e foi chefe de comércio eletrônico da operação brasileira da Xiaomi.

Além de Hsieh, a iniciativa tem entre seus líderes Yan Di, diretor-geral do Baidu no Brasil. Ao todo, a agência tem hoje 10 empresas parceiras - a meta é chegar até o fim de 2017 com 50 afiliadas.

Para Hsieh, há bastante espaço no Brasil para que empresas chinesas invistam em setores como serviços, marketplaces e games.

"São mercados que estão bem desenvolvidos na China. Aqui, podemos investir e também ajudar os brasileiros a crescerem."

Segundo levantamento do site Tech in Asia, a China recebeu no ano passado cerca de US$ 60 bilhões de investimentos na área de tecnologia.

Recentemente, o Baidu anunciou a criação do Easterly Ventures, fundo de investimentos de R$ 60 milhões para startups brasileiras - além de ter comprado, em 2014, o site de compras coletivas Peixe Urbano.

Para Hsieh, o investimento do Baidu é o exemplo a ser seguido: "O investidor chinês tem dificuldade de investir em grandes projetos porque há muitos fundos disputando as mesmas empresas. É uma oportunidade para o brasileiro", avalia Hsieh.

De acordo com o executivo, o mercado brasileiro tem entraves complicados para as companhias asiáticas, especialmente no que toca a aspectos burocráticos e à legislação trabalhista.

Já as empresas brasileiras têm dificuldades para entender a complexidade do mercado chinês, altamente regulado, e precisam de ajuda para mostrar que o Brasil pode ser um polo gerador de tecnologia.

Evento

Além de aproximar empresas e estreitar relações, a CBIPA anunciou planos de realizar um evento focado nas empresas chinesas no Brasil. Previsto para 2017, mas sem data específica, o Chinnovation trará executivos de companhias asiáticas e investidores para conversar com o mercado brasileiro.

"Vamos trazer palestrantes mostrando dificuldades e oportunidades", diz Hsieh, que pretende ter ao menos 400 empresas no evento.

Além do Chinnovation, a CBIPA pretende ainda elaborar outros eventos de menor porte e enviar delegações brasileiras à China, bem como realizar relatórios a respeito dos dois mercados.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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