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Emprego na indústria interrompe 2 anos de altas e cai 1,4%

O desempenho de 2012, entretanto, ainda foi melhor que o de 2009, quando o emprego na indústria caiu 5%

Trabalhador industrial: principal impacto negativo veio da região Nordeste, com queda de 3,8%. São Paulo registrou recuo de 1,2% (Ross Land/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de fevereiro de 2013 às 15h44.

São Paulo/Brasília - O emprego na indústria brasileira fechou 2012 com o primeiro recuo em dois anos, em um cenário de queda na atividade e dificuldade na retomada da produção, mas a renda dos trabalhadores aumentou.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta sexta-feira que o número de trabalhadores na indústria caiu 1,4 por cento no ano passado, quando a produção industrial registrou queda de 2,7 por cento, apesar de medidas de estímulo do governo para fazer frente à crise internacional.

O emprego no setor havia registrado alta de 1 por cento em 2011 e de 3,4 por cento em 2010. Apesar do resultado ruim, o desempenho de 2012 ainda foi melhor que o de 2009, quando o emprego na indústria caiu 5 por cento.

Em dezembro, houve uma queda 0,2 por cento sobre novembro. Em relação a igual mês de 2011, o pessoal ocupado na indústria recuou 1,3 por cento, 15o resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação.

"Não se pode imaginar um mercado de trabalho diferente do que acontece com o ritmo de produção", disse à Reuters o economista do IBGE André Macedo.

O fato de o emprego ter caído menos do que a produção se deveu, principalmente, aos altos custos trabalhistas, que fizeram a indústria conter as demissões.

"Só não teve uma queda maior do pessoal ocupado por causa dos custos, então, teve um movimento amortecido no emprego", disse a economista-chefe da Rosenberg Associados, Thais Zara.


Macedo do IBGE vai na mesma linha. "A magnitude da queda do emprego ser menor que a da produção tem a ver com os custos de demissões, de qualificar um novo profissional e outros fatores." O resultado de dezembro está em linha com a perda de fôlego da indústria no final do ano passado e serve para alimentar as avaliações de estabilidade em 2013, com os empresários esperando primeiro a recuperação se materializar antes de contratar.

"Não vai ter uma alta expressiva do emprego, haverá uma estabilidade ao longo do ano. Então, o empresário industrial vai buscar utilizar melhor a mão de obra neste ano", disse Thais.

FOLHA

Mas se o emprego industrial caiu no acumulado do ano, a folha de pagamento real subiu 4,3 por cento. Macedo salientou que "o aumento no rendimento é um movimento que acontece há 3 anos". A economista Thaiz Zara, por outro lado, lembrou que "isso significa que teve aumento das pressões de custos das empresas industriais".

A alta foi ainda mais forte em dezembro na comparação com o mesmo mês de 2011, alcançando 8,0 por cento. Mas na medição mensal sobre novembro, houve uma queda de 2,3 por cento.

Já o número de horas pagas mostrou estabilidade em dezembro em relação a novembro, acumulando no ano perda de 1,9 por cento. Na comparação com dezembro de 2011, o número de horas pagas recuou 1,2 por cento.


REGIÕES

No acumulado do ano, o emprego industrial caiu em 12 das 14 regiões e em 14 dos 18 setores pesquisados. São Paulo, com queda de 2,6 por cento, teve o principal impacto negativo, seguido pela Região Norte. Pelos setores, Vestuários (-8,9 por cento) e Calçados e Couro (-6,2 por cento) foram duas das principais influências.

Na comparação com dezembro de 2011, o contingente de trabalhadores sofreu redução em 13 das 14 áreas pesquisadas da indústria. O principal impacto negativo veio da região Nordeste, com queda de 3,8 por cento. São Paulo registrou recuo de 1,2 por cento.

Na medição dos setores, Vestuário também foi o principal impacto, com 8,6 por cento, seguido por Têxtil (-7,4 por cento).

Mas o quadro pode melhorar. O Índice de Confiança da Indústria (ICI) ficou praticamente estável em janeiro sobre dezembro, mas sua pequena melhora foi suficiente para colocá-lo no nível mais alto desde junho de 2011.

Para ver o relatório do IBGE clique em ( http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=2322&id_pagina=1 ) (Reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier, no Rio de Janeiro)

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São Paulo/Brasília - O emprego na indústria brasileira fechou 2012 com o primeiro recuo em dois anos, em um cenário de queda na atividade e dificuldade na retomada da produção, mas a renda dos trabalhadores aumentou.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta sexta-feira que o número de trabalhadores na indústria caiu 1,4 por cento no ano passado, quando a produção industrial registrou queda de 2,7 por cento, apesar de medidas de estímulo do governo para fazer frente à crise internacional.

O emprego no setor havia registrado alta de 1 por cento em 2011 e de 3,4 por cento em 2010. Apesar do resultado ruim, o desempenho de 2012 ainda foi melhor que o de 2009, quando o emprego na indústria caiu 5 por cento.

Em dezembro, houve uma queda 0,2 por cento sobre novembro. Em relação a igual mês de 2011, o pessoal ocupado na indústria recuou 1,3 por cento, 15o resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação.

"Não se pode imaginar um mercado de trabalho diferente do que acontece com o ritmo de produção", disse à Reuters o economista do IBGE André Macedo.

O fato de o emprego ter caído menos do que a produção se deveu, principalmente, aos altos custos trabalhistas, que fizeram a indústria conter as demissões.

"Só não teve uma queda maior do pessoal ocupado por causa dos custos, então, teve um movimento amortecido no emprego", disse a economista-chefe da Rosenberg Associados, Thais Zara.


Macedo do IBGE vai na mesma linha. "A magnitude da queda do emprego ser menor que a da produção tem a ver com os custos de demissões, de qualificar um novo profissional e outros fatores." O resultado de dezembro está em linha com a perda de fôlego da indústria no final do ano passado e serve para alimentar as avaliações de estabilidade em 2013, com os empresários esperando primeiro a recuperação se materializar antes de contratar.

"Não vai ter uma alta expressiva do emprego, haverá uma estabilidade ao longo do ano. Então, o empresário industrial vai buscar utilizar melhor a mão de obra neste ano", disse Thais.

FOLHA

Mas se o emprego industrial caiu no acumulado do ano, a folha de pagamento real subiu 4,3 por cento. Macedo salientou que "o aumento no rendimento é um movimento que acontece há 3 anos". A economista Thaiz Zara, por outro lado, lembrou que "isso significa que teve aumento das pressões de custos das empresas industriais".

A alta foi ainda mais forte em dezembro na comparação com o mesmo mês de 2011, alcançando 8,0 por cento. Mas na medição mensal sobre novembro, houve uma queda de 2,3 por cento.

Já o número de horas pagas mostrou estabilidade em dezembro em relação a novembro, acumulando no ano perda de 1,9 por cento. Na comparação com dezembro de 2011, o número de horas pagas recuou 1,2 por cento.


REGIÕES

No acumulado do ano, o emprego industrial caiu em 12 das 14 regiões e em 14 dos 18 setores pesquisados. São Paulo, com queda de 2,6 por cento, teve o principal impacto negativo, seguido pela Região Norte. Pelos setores, Vestuários (-8,9 por cento) e Calçados e Couro (-6,2 por cento) foram duas das principais influências.

Na comparação com dezembro de 2011, o contingente de trabalhadores sofreu redução em 13 das 14 áreas pesquisadas da indústria. O principal impacto negativo veio da região Nordeste, com queda de 3,8 por cento. São Paulo registrou recuo de 1,2 por cento.

Na medição dos setores, Vestuário também foi o principal impacto, com 8,6 por cento, seguido por Têxtil (-7,4 por cento).

Mas o quadro pode melhorar. O Índice de Confiança da Indústria (ICI) ficou praticamente estável em janeiro sobre dezembro, mas sua pequena melhora foi suficiente para colocá-lo no nível mais alto desde junho de 2011.

Para ver o relatório do IBGE clique em ( http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=2322&id_pagina=1 ) (Reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier, no Rio de Janeiro)

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