Emprego industrial só retorna ao pré-crise no 2º semestre
O ritmo acelerado de contratações ainda não foi suficiente para compensar as demissões realizadas durante as turbulências
Da Redação
Publicado em 11 de maio de 2010 às 18h15.
São Paulo - Acompanhando a recuperação da atividade produtiva, o emprego industrial fechou o trimestre com expansão de 0,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Em 12 meses, porém, o resultado ainda é negativo em 4,2%, informou o IBGE nesta terça. "O patamar pré-crise só deve ser atingido no começo do 2º trimestre", prevê o economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Rogério César de Souza.
A Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário do IBGE trouxe um sinal de que o futuro do setor é promissor. Trata-se do crescimento de 1% do número de horas pagas em março ante fevereiro. "Esse indicador antecede as contratações, pois o empresário primeiro estica a jornada de trabalho dos funcionários e depois abre mais vagas", explica Souza.
O emprego industrial tem um peso grande na economia em geral já que os trabalhadores são registrados e normalmente têm salários mais elevados, o que impulsiona a massa real e aumenta o consumo.
Entre os setores pesquisados pelo IBGE em março, tiveram destaque os de alimentos, bebidas, calçados e têxtil, que são intensivos em mão de obra. "Além disso, deve ser comemorada a abertura de vagas nas indústrias de máquinas e equipamentos, que são um termômetro dos investimentos privados", diz Souza.
As indústrias paulistas, que sofreram um tombo maior do que o observado em outros estados durante a crise, lideraram a abertura de vagas em março. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) prevê, no entanto, que o nível de emprego do período pré-crise só será atingido no ano que vem.