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Empoderamento econômico da mulher estimula crescimento, diz Citi

O combate aos fatores que excluem as mulheres do trabalho teria mais sucesso que as reformas estruturais atualmente propostas nos EUA e na Europa

Engenharia mecânica e metalúrgica (Getty Images/Getty Images)

Anderson Figo

Publicado em 18 de novembro de 2017 às 07h00.

Última atualização em 18 de novembro de 2017 às 07h00.

A redução da desigualdade de gênero poderia ampliar significativamente o crescimento das economias avançadas nas próximas décadas, segundo o Citigroup.

O combate aos fatores que excluem as mulheres do trabalho teria mais sucesso que as reformas estruturais atualmente propostas nos EUA e na Europa, disseram pesquisadores do Citi, incluindo a analista-chefe de política global do banco, Tina Fordham, e o chefe de economia global, Ebrahim Rahbari, em relatório de 84 páginas publicado na quinta-feira.

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Entre esses fatores estão a carga do trabalho de cuidado não remunerado, da discriminação e da violência de gênero, a falta de proteção legal e o acesso reduzido a serviços financeiros, disseram. A eliminação dessas barreiras poderia ampliar o crescimento dos países da OCDE entre 6 por cento e 20 por cento, estimaram.

“Há um enorme espaço para crescer -- 6 por cento é a quanto chegamos nas economias avançadas, nos países emergentes o número é ainda maior. Então por que não buscamos isso?”, disse Fordham, em entrevista a Mark Barton, na Bloomberg Television. As propostas do relatório contribuiriam “significativamente mais do que as políticas monetárias e fiscais que estão em discussão.”

As taxas de participação feminina muitas vezes são significativamente inferiores às de participação masculina, inclusive nas economias avançadas. A proporção média de mulheres que trabalhavam ou procuravam trabalho ativamente em países da OCDE era de 64 por cento no ano passado, contra uma participação masculina de 80 por cento.

Essa diferença é particularmente grande na Itália e no Japão. A diferença é de mais de 10 pontos porcentuais nos EUA e no Reino Unido e apenas um pouco menor na França e na Alemanha.

As políticas que reduzem a desigualdade de gênero são vitais, tendo em vista as perspectivas de crescimento relativamente lentas nas economias avançadas e o potencial mais limitado de outras reformas, afirma o relatório.

A Comissão Europeia estima que, se todas as reformas estruturais possíveis -- incluindo as fiscais, de seguro-desemprego, de mercados de produtos, de capital humano e de investimentos em pesquisa e desenvolvimento -- fossem implementadas, elas poderiam ampliar o crescimento da UE em cerca de 6 por cento ao longo de 10 anos. O estímulo fiscal do presidente dos EUA, Donald Trump, poderia aumentar o PIB dos EUA em 1 por cento a 1,5 por cento no período 2018-2021.

“Eu sugeriria que o governo Trump desse uma olhada nesse relatório”, disse Fordham à Bloomberg TV. “Muitas das formas de remover barreiras às mulheres são bastante fáceis de implementar -- e isso pode ser visto na comparação que fizemos entre EUA e Canadá.”

No Canadá, a participação feminina na força de trabalho vem aumentando gradualmente desde 1990, ajudada por reformas tributárias, apoio familiar e equalização do salário e da renda, segundo o relatório. O setor público transformou a diversidade de gênero em objetivo, e empresas e instituições privadas começaram a coletar dados para monitorar e reduzir discrepâncias salariais.

Apesar disso, Canadá e EUA mantêm diferenças salariais entre gêneros superiores à média da OCDE.

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