Economia

Embarque de carne cresce apesar de caso atípico de EEB

Segundo Abiec, Brasil deve conseguir reverter praticamente todos os embargos impostos por conta deste caso atípico da doença da vaca louca


	Trabalhador na linha de produção de um frigorífico da Minerva em Barretos
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Trabalhador na linha de produção de um frigorífico da Minerva em Barretos (Dado Galdieri/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2014 às 17h51.

São Paulo - As exportações de carne bovina do Brasil em maio devem ficar acima do patamar registrado abril e do mesmo mês do ano passado, mostrando que o impacto da descoberta de um caso atípico da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) é praticamente nulo, disse nesta quinta-feira o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).

"O número de maio vai ser maior que o de abril... E acho que vai ser maior que o de maio do ano passado", afirmou Antonio Jorge Camardelli, no intervalo do 13º seminário Perspectivas para o Agribusiness 2014 e 2015, promovido pela BM&FBovespa.

Esta segunda descoberta no Brasil de um caso atípico da EEB, conhecida popularmente como doença da vaca louca, gerou embargos parciais e/ou totais do Peru, Egito e Irã. O registro recente ocorreu em Mato Grosso.

Segundo ele, o Brasil deve conseguir reverter praticamente todos os embargos impostos por conta deste caso atípico até o final de junho.

"O Peru está vindo ao Brasil no dia 2... Nós já estivemos no Irã. Temos expectativa de superar esta dificuldade no Mato Grosso, porque não tem motivo nenhum para isto... Estou dizendo que é uma situação altamente superável", disse Camardelli.

O comitê científico da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) manteve nesta quinta-feira o status do Brasil de risco insignificante para a EEB, apesar da ocorrência recente de um caso atípico, que ocorre de forma esporádica e espontânea, principalmente em animais mais velhos, não tendo relação com a ingestão pelo gado de ração contaminada.

O primeiro caso atípico no país foi detectado no final de 2012, e levou a embargos mais relevantes em 2013, que afetaram os embarques de carne bovina do Brasil, que é o maior exportador global.

A China, por exemplo --um mercado de menor participação--, impôs embargo à carne bovina do Brasil em 2013, por conta da descoberta do caso atípico de vaca louca.

Camardelli espera reverter esta restrição até o final do ano, e reabrir o mercado da China, uma vez que uma equipe chinesa está no país e concluirá visita técnica em áreas produtoras até o final desta semana.

A Arábia Saudita, um mercado mais relevante para o Brasil, também impôs embargos à carne bovina brasileira desde a descoberta deste primeiro caso atípico de vaca louca.

"Com a Arábia Saudita é diferente. Agora que a gente começa a ter um diálogo mais próximo em relação às demandas e à área cinzenta em relação sobre o que o Brasil precisa para retomar este mercado”, disse.

Questionado se a Abiec vai rever sua previsão de receita recorde no ano, de 8 bilhões de dólares, Camardelli disse que "não há motivos para revisar esta previsão".

Acompanhe tudo sobre:AgronegócioAgropecuáriaComércio exteriorExportaçõesIndústria

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto