Economia

Embargo dos EUA tem pouco impacto nas exportações, diz ministério

O embargo foi anunciado no dia 22 de junho devido a preocupações recorrentes sobre a qualidade das carnes brasileiras destinadas ao mercado dos EUA

Carnes: "O Brasil é o maior exportador mundial e existe oferta restrita no mundo" (Pablo Sanhueza/Reuters)

Carnes: "O Brasil é o maior exportador mundial e existe oferta restrita no mundo" (Pablo Sanhueza/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 3 de julho de 2017 às 17h42.

A suspensão da compra de carne fresca brasileira pelos Estados Unidos deverá ter impacto mínimo nas exportações brasileiras, disse hoje (3) o diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação, Herlon Brandão.

Segundo ele, o país é um pequeno mercado consumidor de carne in natura, e a liderança do Brasil no mercado global do produto não deve ser ameaçada num cenário de oferta restrita em todo o planeta.

O embargo norte-americano ao produto brasileiro foi anunciado no dia 22 de junho devido a preocupações recorrentes sobre a segurança dos produtos destinados ao mercado daquele país, segundo autoridades dos EUA.

De acordo com Brandão, a venda de carne fresca para os Estados Unidos representa apenas 2% das exportações totais brasileiras.

Tradicionalmente, o país vende carne industrializada para o mercado norte-americano, cujas exportações não foram afetadas.

Apenas este ano, segundo o diretor do MDIC, o Brasil começou a exportar carne in natura para os Estados Unidos.

"O Brasil é o maior exportador mundial e existe oferta restrita no mundo. A carne brasileira é aceita em mais de 160 países. A suspensão vai afetar vendas pontualmente para os Estados Unidos, que apenas este ano começaram a importar carne in natura do país, mas deve ter um impacto limitado no mercado como um todo", disse Brandão.

No primeiro semestre, o Brasil embarcou 14 mil toneladas de carne fresca para os Estados Unidos, que totalizaram US$ 59 milhões.

No ano passado, o país tinha vendido apenas US$ 121 milhões de carne in natura para os consumidores norte-americanos.

Brandão destacou que uma missão do governo brasileiro irá aos Estados Unidos neste mês para negociar o fim do embargo.

Este ano, o Brasil exportou 3,1 milhões de toneladas de carnes frescas e industrializadas que renderam US$ 6,9 bilhões. O valor exportado subiu 4,3% em relação aos US$ 6,6 bilhões registrados no mesmo período do ano passado.

A quantidade, no entanto, caiu 6,5% na comparação com os 3,3 milhões de toneladas vendidas nos seis primeiros meses de 2016.

Em relação às carnes in natura, as exportações de carne suína saltaram 29% no primeiro semestre. As vendas de frango subiram 7,3%, mas as de carne bovina caíram 2%.

Segundo Brandão, esse recuo deve-se ao Egito, terceiro maior comprador de carne bovina brasileira, que enfrenta uma crise cambial e está importando menos do resto do mundo.

"A situação da carne bovina in natura está atrelada ao Egito, que era o terceiro maior destino no ano passado. Por causa de restrições cambiais, a venda de carnes bovinas para lá caiu 56,8% no primeiro semestre", explicou o diretor do ministério.

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