Em único lance, Comporte Participações arremata metrô de BH por R$ 25,75 mi
A Comporte Participações é um dos maiores grupos de transporte de ônibus urbanos e rodoviários no Brasil, que pertence ao empresário Nenê Constantino, fundador da Gol
Estadão Conteúdo
Publicado em 22 de dezembro de 2022 às 16h32.
Última atualização em 23 de dezembro de 2022 às 07h13.
A Comporte Participações arrematou por R$ 25,755 milhões na tarde desta quinta-feira, 22, em leilão na B3 a concessão do Metrô de Belo Horizonte, atualmente controlado pela estatal federal CBTU. O valor mínimo da concessão era R$ 19,324 milhões. Com uma única proposta, que representa um ágio de 33%, o leilão durou por mais de 10 minutos.
O leilão estava previsto para começar às 14h na sede da B3, em São Paulo, e começou com um atraso de 40 minutos. O governador reeleito de Minas, Romeu Zema, estava presente na B3, que incluiu também representantes do governo federal e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que estruturou a operação.
A Comporte Participações é um dos maiores grupos de transporte de ônibus urbanos e rodoviários no Brasil, que pertence ao empresário Nenê Constantino, fundador da companhia área Gol.
Ao todo, serão precisos R$ 3,7 bilhões em investimentos para modernizar e ampliar o metrô mineiro. O consórcio vencedor se comprometeu a investir R$ 440 milhões, o estado de Minas Gerais vai entrar com mais R$ 460 milhões e o governo federal com R$ 2 8 bilhões.
Pelo edital da concessão, a empresa vencedora vai operar o serviço por 30 anos e deverá modernizar e fazer mais uma estação na Linha 1 do metrô da capital mineral, além de construir a Linha 2, que terá uma extensão de 10,5 km e sete estações.
Atualmente, o metrô de Belo Horizonte possui 28 km e 19 estações que transportam diariamente cerca de 100 mil pessoas. Com a concessão, modernização e extensão das linhas, pode chegar a 270 mil passageiros por dia.
A concessão do metrô foi marcada na capital mineira por protestos dos metroviários e uma disputa judicial. Os funcionários da CBTU entraram em greve na semana passada. Na Justiça, o PT entrou com ação para barrar o leilão, mas não conseguiu. A própria equipe de transição de governo federal pediu pela suspensão, mas o BNDES decidiu manter.
O prazo para entrega das propostas terminou na última segunda-feira (19) e as informações eram de que um único grupo entregou o envelope.
No evento, o diretor de privatização e concessão do BNDES, Fábio Abrahão, disse que o leilão de hoje encerrar um ciclo, começado em 2019 e que contou com outras privatizações na B3, somando ao todo 40 leilões. "Estes leilões confirmam o compromisso de investimento no Brasil que superam R$ 270 bilhões."