Economia

Em meio ao coronavírus, bancos já renegociaram R$ 130 bilhões em dívidas

Os cincos maiores bancos do país, que abriram possibilidades de renegociação devido ao coronavírus, já receberam 2 milhões de pedidos

Dinheiro: com a crise, bancos estrangeiros cortaram as linhas para o país, estreitando ainda mais a liquidez no mercado (DircinhaSW/Getty Images)

Dinheiro: com a crise, bancos estrangeiros cortaram as linhas para o país, estreitando ainda mais a liquidez no mercado (DircinhaSW/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de abril de 2020 às 07h22.

Última atualização em 8 de abril de 2020 às 07h23.

Os cinco maiores bancos do País - Itaú Unibanco, Banco do Brasil Bradesco, Caixa e Santander - renegociaram até o momento R$ 130 bilhões de um total de R$ 200 bilhões em pedidos feitos com a crise da pandemia da covid-19.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney Ferreira, diz que a crise levou a uma "explosão" de demanda por crédito. Com a queda brusca da atividade, do consumo e do faturamento, as empresas em geral estão precisando de caixa e buscando também crédito novo.

Segundo Ferreira, ainda faltam analisar entre 500 mil e 700 mil de pedidos. Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, levantamento divulgado na segunda-feira, pela Febraban, indicou que os cincos maiores bancos receberam 2 milhões de pedidos de renegociação, o equivalente a uma carteira de R$ 200 bilhões (saldos devedores dos pedidos). A Febraban, no entanto, não tinha informado quanto dos pedidos foram aceitos pelos bancos.

Os números, diz Ferreira, mudam "a todo momento", desde que os bancos anunciaram, em meados de março, a medida em resposta aos sinais mais severos da crise no Brasil. A prorrogação das parcelas está sendo feita por dois ou três meses, a depender do banco.

"Não está havendo 'empoçamento' de liquidez, mas demanda elevada por crédito", diz ele, que assumiu a presidência da Febraban no final de março. "O que torna essa crise bem diferente da crise de 2008. Mas seguiremos trabalhando para prover liquidez e crédito", acrescentou . No sábado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que havia um quadro de "empoçamento", que impedia o dinheiro chegar na "ponta" para quem precisa.

Com a crise, bancos estrangeiros cortaram as linhas para o país, estreitando ainda mais a liquidez no mercado. Segundo Ferreira, há cooperação, no momento, entre o Banco Central, governo e bancos para prover a liquidez necessária

Acompanhe tudo sobre:BancosCoronavírusDinheiro

Mais de Economia

Governo sobe previsão de déficit de 2024 para R$ 28,8 bi, com gastos de INSS e BPC acima do previsto

Lula afirma ter interesse em conversar com China sobre projeto Novas Rotas da Seda

Lula diz que ainda vai decidir nome de sucessor de Campos Neto para o BC

Mais na Exame