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Em dezembro, Brasil pode ter o pior fluxo cambial em 21 anos

O resultado coloca o país a caminho de um recorde: 2019 terá a maior saída de dólares já registrada

Dólar: fluxo cambial ao Brasil ficou negativo em mais de 16 bilhões de dólares apenas em dezembro até dia 27 (burakpekakcan/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 2 de janeiro de 2020 às 16h02.

Última atualização em 2 de janeiro de 2020 às 16h30.

São Paulo -  O fluxo cambial ao Brasil ficou negativo em mais de 16 bilhões de dólares apenas em dezembro até dia 27, o que coloca o país a caminho de uma saída recorde de moeda estrangeira no mês e virtualmente garante a 2019 o título de ano com maior debandada de dólares já registrada.

Nas quatro primeiras semanas de dezembro, o saldo foi negativo em 16,097 bilhões de dólares, bem pior que o já considerável déficit de 12,756 bilhões de dólares no mesmo período de 2018.

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O dado de dezembro passado é resultado de uma saída líquida de 18,817 bilhões de dólares na conta financeira --por onde passam investimentos em carteira e empréstimos, por exemplo. É o pior dado da série histórica disponibilizada pelo BC, que começa em 1982.

O número geral só não foi ainda mais fraco porque as operações comerciais (câmbio contratado para exportação menos o para importação) tiveram superávit de 2,720 bilhões de dólares.

O fluxo cambial de dezembro está a caminho de se tornar o mais negativo desde setembro de 1998, quando deixaram o país, em termos líquidos, 18,919 bilhões de dólares. Para meses de dezembro, o saldo caminha para o ser o pior desde o início da série histórica.

Mesmo com o fluxo bastante negativo, o dólar acumulou no mês desvalorização de 5,37%, amparado por injeções de liquidez pelo Banco Central e um ambiente global mais propício a risco.

No acumulado de 2019 até dia 27 de dezembro, o fluxo cambial mostrou déficit de 43,253 bilhões de dólares, de longe superando o pior resultado anual até então: saída de 16,182 bilhões de dólares em 1999.

A conta financeira teve saldo negativo de 61,154 bilhões de dólares no ano até 27 de dezembro --o pior já registrado. Já a conta comercial registrou superávit de 17,901 bilhões de dólares, o mais fraco desde 2014.

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