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Elite brasileira está entre as que menos geram valor no mundo

Em ranking encabeçado por Sinagapura, Alemaha, Reino Unido, EUA e os escandinavos, Brasil fica atrás de países como México, Rússia, Índia e Botsuana

Desigualdade: elites de baixa qualidade, como é o caso da brasileira, operam modelos de extração de valor (C. Fernandes/Getty Images)

Ligia Tuon

Publicado em 8 de dezembro de 2020 às 13h12.

Última atualização em 8 de dezembro de 2020 às 21h18.

A elite brasileira é uma das que menos geram valor para a sociedade no mundo.

Em ranking encabeçado por Singapura, Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos e nações escandinavas, o Brasil fica atrás de países como Arábia Saudita, México, Rússia, Índia e Botsuana (veja tabela abaixo).

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Com exceção da China, os países que fazem parte dos BRICS estão agrupados nos níveis mais baixos. Dentre eles, o único que fica atrás do Brasil é a África do Sul. Regressividade e distorções do sistema tributário e falta de estímulo à competitividade são alguns dos itens que depõe contra os brasileiros.

A partir de 72 indicadores que descrevem a criação de valor, os pesquisadores Tomas Casas e Guido Cozzi, da Universidade St. Gallen, na Suíça, elencaram pela primeira vez 32 países para comparar a qualidade de suas elites.

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As elites de alta qualidade executam modelos de negócios que criam valor, ou seja, dão mais à sociedade do que recebem. As elites de baixa qualidade, por outro lado, fazem o oposto e operam modelos de extração de valor.

Os pesquisadores publicaram uma prévia em setembro do ranking, que deve ser divulgado anualmente a partir de agora, com início em janeiro de 2021. O estudo foi citado nesta terça-feira, 8, pelo economista Pedro Nery em coluna no jornal Estado de S. Paulo.

O estudo nota que, de forma feral, as elites dominam as economias políticas, fornecendo a capacidade de coordenação necessária para os recursos humanos, financeiros ou baseados no conhecimento. Para sustentar sua posição, desta forma, as elites administram modelos de negócios que acumulam riqueza.

No caso do Brasil, os pesquisares ressaltam que o país fez progressos desde a restauração de sua democracia, em 1985, especialmente recuperando e mantendo o controle da inflação. "No entanto, no momento, a fé precisa ser restaurada no governo, com a pontuação do país abaixo da média em todas as áreas de índice", dizem os economistas.

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Para se aproximar da realidade de seus pares no BRICS, segundo o trabalho, a fim de garantir um caminho de crescimento robusto a longo prazo, o Brasil precisa promover uma transição de suas elites para modelos de negócios de criação de valor, mas proporcionando ao mesmo tempo condições favoráveis aos negócios e ao empreendedorismo na economia.

 

 

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