Economia

Efeito Copa do Mundo já mexe com a economia brasileira

É o que mostram os números de produção industrial de fevereiro no Brasil, divulgados na manhã desta terça-feira (03) pelo IBGE

Copa da Rússia:  (Twitter/Divulgação)

Copa da Rússia: (Twitter/Divulgação)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 3 de abril de 2018 às 14h19.

Última atualização em 3 de abril de 2018 às 15h32.

São Paulo - A Copa do Mundo da Rússia só começa em 14 de junho, mas seus efeitos já começam a aparecer nas estatísticas.

É o que mostram os números de produção industrial de fevereiro no Brasil, divulgados na manhã desta terça-feira (03) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O destaque positivo foram os Bens de Consumo Duráveis, com crescimento de 1,7% sobre janeiro e de 15,6% sobre fevereiro do ano passado.

Dentro desta categoria, que abrange o setor automobilístico e de eletroeletrônicos, chama a atenção a alta do setor de eletrodomésticos da chamada linha marrom.

Essa linha, que inclui televisores, aparelhos de som e similares, teve um aumento de 41,1% em fevereiro em relação ao mesmo mês do ano passado.

“Esse crescimento já era esperado, porque, tradicionalmente, há uma produção expressiva de TVs nos três meses anteriores à Copa do Mundo” explicou o gerente da pesquisa, André Macedo, em nota.

Indústria fraca

A recuperação da linha marrom foi um alívio em meio ao balanço decepcionante de fevereiro: a alta de apenas 0,2% em relação a janeiro foi uma fração do previsto em pesquisa da Reuters (0,55%) e pelo Itaú (0,6%).

Também foi a menor taxa para o mês desde a queda de 1,4% em 2016 e ficou longe de recuperar a perda de 2,2% registrada em janeiro.

Houve forte influência negativa de recuos na indústria extrativa (queda de 5,2% dessazonalizada) e pela produção de produtos farmacêuticos (queda de 8,1%).

Mas outros indicadores são mais auspiciosos, como os de mercado automotivo, divulgados também nesta terça-feira (03) pela Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

O mercado brasileiro de veículos novos terminou o primeiro trimestre deste ano com o maior número de vendas para o período desde 2015. Foram 545,5 mil unidades emplacadas, crescimento de 15,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

"Adiante, esperamos que o setor industrial continue se beneficiando da recuperação econômica cíclica, taxas de juros reais em queda, condições financeiras mais fáceis e consolidação da demanda liderada pelo investimento na Argentina (mercado chave para as exportações brasileiras de manufatura)", diz a nota assinada por Alberto Ramos, economista-chefe para a América Latina do Goldman Sachs.

Acompanhe tudo sobre:Copa do Mundoeconomia-brasileiraEletrodomésticosIBGEIndústriaTelevisão

Mais de Economia

Boletim Focus: mercado eleva estimativa de inflação para 2024 e 2025

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega