Economia

Eduardo Bolsonaro nega contradição em relação ao Orçamento Impositivo

Em 2019, deputado votou a favor do projeto, mas agora defende vetos do presidente Jair Bolsonaro; questão é pivô do conflito entre Executivo e Legislativo

Eduardo Bolsonaro: o deputado reconhece que votou a favor das emendas impositivas de bancada no ano passado (Adriano Machado/Reuters)

Eduardo Bolsonaro: o deputado reconhece que votou a favor das emendas impositivas de bancada no ano passado (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de março de 2020 às 13h51.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) negou que esteja se contradizendo na questão do Orçamento Impositivo, em um vídeo na sua página oficial no Twitter neste domingo (1). Em 2019, Eduardo votou a favor do projeto, mas agora defende os vetos do pai, o presidente Jair Bolsonaro, à proposta, que estão no centro da polêmica atual entre o Executivo e o Legislativo.

No vídeo, o deputado reconhece que votou a favor das emendas impositivas de bancada no ano passado, mas argumenta que a discussão atual, no âmbito da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), é diferente, e esclarece que é contrário à concentração de poder de decisão sobre o montante de emendas no relator do Orçamento, o deputado federal Domingos Neto (PSD-CE).

"Eu votei a favor da PEC 34, que era o chamado Orçamento impositivo das bancadas. O impacto disso é de 1% das receitas e, se o governo não tivesse dinheiro para cumprir esse orçamento das bancadas, não acontecia nada. Agora a LDO, que é outra matéria, totalmente diferente, está dando R$ 30 bilhões para uma única pessoa, que é o relator do Orçamento. E se o presidente não executá-la em 90 dias, ele incorre em crime de responsabilidade."

Eduardo Bolsonaro também faz menção à deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) no vídeo. Ontem, a Coluna do Estadão, do jornal O Estado de S.Paulo, publicou uma entrevista com a deputada em que ela afirma que "Eduardo mina todo mundo que dá sustentação ao pai" com o objetivo de ser o candidato ao Planalto em 2022.

"Agora, amada Janaina, explica para a gente porque você votou a favor do líder do grupo do Bozzella para o PSL na Alesp, já que todo mundo sabe muito bem a fama do Bozzella e o que ele quer para o nosso Brasil?"

A ala mais ligada a Bolsonaro perdeu a liderança da bancada na Alesp para o deputado Rodrigo Gamballe, considerado mais próximo do deputado federal Júnior Bozzella (PSL-SP), que é dirigente estadual do partido e braço direito de Luciano Bivar, por isso visto como traidor pelos bolsonaristas.

Em outra publicação em sua página neste domingo, Eduardo disse que nunca pensou em entrar na política, mas que depois amadureceu e percebeu a importância de participar ativamente da vida política, porque a vida de todos passa por Brasília, segundo ele. "Sempre tive aquele asco quase que natural do meio político devido ao ambiente tóxico que expõe o que os seres humanos têm de pior na disputa pelo poder."

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