Economia

Economistas projetam corte de rating do Brasil para junk

Se não bastassem a recessão e o escândalo de corrupção, o Brasil está na mira de outro acontecimento, um rating junk para os títulos do governo


	Brasil a maior economia da América Latina tem uma chance de 70% de perder o rating com grau de investimento nos próximos anos
 (George Campos / USP Imagens)

Brasil a maior economia da América Latina tem uma chance de 70% de perder o rating com grau de investimento nos próximos anos (George Campos / USP Imagens)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de agosto de 2015 às 17h46.

De mais uma recessão econômica até um interessante escândalo de corrupção que envolve a presidente Dilma Rousseff, o Brasil tem tido um 2015 duro.

Agora, o país está na mira de outro acontecimento provável: um rating junk para os bonds do governo.

A maior economia da América Latina tem uma chance de 70 por cento de perder o rating com grau de investimento nos próximos anos, segundo a média de estimativas em uma pesquisa feita pela Bloomberg News com economistas.

O Standard Poor’s disse na semana passada que talvez rebaixe o rating do país e modificou sua perspectiva, de estável para negativa. Hoje, os bonds do Brasil têm um rating BBB-, um degrau acima de junk.

A companhia mencionou os desafios políticos e econômicos do Brasil em meio à investigação que está sendo realizada sobre corrupção na petroleira estatal do país, a Petrobras, presidida por Dilma na época.

A inflação inchou para 9,25 por cento em meados de julho, mais do dobro da meta do Banco Central, de 4,5 por cento, segundo o IBGE.

A inflação não voltará ao patamar desejado até 2017, segundo 70 por cento dos participantes da pesquisa.

Os responsáveis pela política econômica elevaram a taxa básica de juros sete vezes desde o final de 2014, para 14,25 por cento, o valor mais alto em nove anos, na tentativa de diminuir gradativamente os preços por volta do fim de 2016.

Catorze dos quinze economistas consultados projetam que o Banco Central vai reduzir as taxas no ano que vem, e 60 por cento disse que a flexibilização começará na reunião de março ou de abril.

A economia do Brasil entrou em recessão no terceiro trimestre do ano passado, e projeta-se que ela vai se contrair 1,5 por cento neste ano, de acordo com economistas consultados em outra pesquisa.

Seria a pior recessão em 25 anos.

A queda afetou a receita tributária e o governo não cumprirá suas metas orçamentárias deste ano, disse o ministro da Fazenda Joaquim Levy no mês passado.

O governo continuará sem atingir as metas fiscais nos próximos anos, segundo 73 por cento dos economistas consultados na pesquisa. Nenhum deles disse que o governo superaria as metas.

Três quartos dos economistas disseram que a retração econômica se prolongará até o ano que vem.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoDilma Rousseffeconomia-brasileiraEscândalosFraudesGovernoPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresRecessão

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor