Economista da FGV vê cenário de piora da desigualdade
Para o economista Samuel Pessoal, governo Dilma foi marcado por uma política econômica de bases ideológicas que comprometeram a continuidade do crescimento
Da Redação
Publicado em 19 de setembro de 2014 às 17h04.
Rio - Economista da Fundação Getulio Vargas ( FGV ) e responsável pela agenda econômica do candidato à presidência Aécio Neves (PSDB), Samuel Pessoa avalia que a tendência é a desigualdade piorar.
Ao contrário do que afirmou o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Marcelo Neri, ele não acredita que a piora do Índice de Gini, que mede a desigualdade social, seja pontual.
Em sua opinião, a piora da qualidade de vida dos brasileiros é uma realidade desde 2013, como demonstrou a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNAD) divulgada na quinta-feira, 18, e deve se estender pelos anos seguintes.
O Índice de Gini passou de 0,496 para 0,498, de 2012 para 2013, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Quanto mais próximo de 1 ponto maior a desigualdade social.
A opinião de Pessoa é de que o Brasil, na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conseguiu reverter a desigualdade em função de melhoras na economia decorrentes de ganhos de produtividade no setor de serviços.
Porém, em sua opinião, o governo de Dilma Rousseff foi marcado por uma política econômica de bases ideológicas que comprometeram a continuidade do crescimento.
Ele elencou uma dezena de pontos negativos do governo Dilma, mas destacou a intervenção do Estado na economia, por meio das estatais.
Ainda assim, Pessoa não acredita que a divulgação, ontem, de uma piora da desigualdade irá influenciar as eleições.
O economista acredita que a população já assimilou a mudança do clima econômica do País e, por isso, não deverá dar importância ao dado, que diz respeito ao passado, segundo Pessoa.