Economia do Chile cai 3,3% em novembro devido à crise social
Protestos afetaram, entre outros, setor de mineração, que é o maior da economia chilena
AFP
Publicado em 2 de janeiro de 2020 às 11h25.
Última atualização em 2 de janeiro de 2020 às 11h27.
São Paulo — A atividade econômica do Chile contraiu 3,3% em novembro, informou o banco central nesta quinta-feira, puxada pelo declínio na atividade mineradora, com o impacto de quase dois meses de protestos começando a ser sentido no principal produtor de cobre do mundo.
O índice de atividade econômica IMACEC abrange cerca de 90% da economia que o Produto Interno Bruto cobre.
Os protestos têm abalado o Chile há dois meses, deixando 26 mortos até agora e causando bilhões em perdas para empresas privadas e para a infraestrutura pública. Manifestações, tumultos e saques às vezes violentos levaram o banco central a reduzir as previsões de crescimento, investimento e demanda para 2020.
O ministro das Finanças do Chile, Ignacio Briones, disse que as más notícias eram amplamente esperadas, mas são um mau presságio para os próximos meses.
"Os IMACECs de outubro e novembro estão entre os piores desde a crise do subprime", disse Briones. "Em 2020 esperamos um ano de crescimento baixo."
A atividade de mineração medida em termos do PIB caiu 5,1% em novembro, disse o banco, entre os primeiros sinais de que os protestos afetaram o principal motor econômico do país.
Suas vastas minas de cobre --o país produz quase um terço do cobre do mundo-- tinham em grande parte mantido a produção e operado normalmente até o início de novembro, no auge da agitação social, embora alguns mineiros tivessem advertido que protestos, greves e bloqueios de estradas estavam prejudicando o setor.
A atividade fora do setor de mineração caiu 3,1%, disse o BC chileno, liderada pela queda tanto nos serviços quando no comércio. O banco destacou o recuo acentuado no transporte e no turismo.