Notas de euro: Produto Interno Bruto (PIB) nos 17 países da zona do euro recuou 0,6% no quarto trimestre (Marcos Santos/USP Imagens)
Da Redação
Publicado em 14 de fevereiro de 2013 às 08h32.
Berlim/Paris - A zona do euro aprofundou-se em recessão nos últimos três meses de 2012 após as duas maiores economias do bloco, Alemanha e França, terem encolhido no período.
O resultado marca o primeiro ano desde 1995 para o bloco monetário em que nenhum trimestre apresenta crescimento.
O Produto Interno Bruto (PIB) nos 17 países da zona do euro recuou 0,6 por cento no quarto trimestre, informou a agência de estatísticas da UE, Eurostat, após uma queda de 0,1 por cento no terceiro trimestre.
A queda foi a mais acentuada desde o primeiro trimestre de 2009 e pior do que a previsão média de uma queda de 0,4 por cento em uma pesquisa da Reuters com 61 economistas.
Para o ano como um todo, o PIB caiu 0,5 por cento.
Dentro da zona do euro, apenas a Estônia e a Eslováquia cresceram no último trimestre do ano, apesar de não existirem dados disponíveis ainda para a Irlanda, Luxemburgo, Malta e Eslovénia.
As grandes economias definiram o tom. A Alemanha teve contração de 0,6 por cento no trimestre, mostraram dados oficiais, marcando o pior desempenho desde o auge da crise financeira global em 2009. Já a França registrou retração de 0,3 por cento, também pior do que as expectativas.
Enquanto isso, a economia da Itália encolheu 0,9 por cento no quarto trimestre --sexto recuo trimestral consecutivo--, numa queda maior do que a de 0,6 por cento esperado pelo mercado, segundo pesquisa da Reuters com analistas.
O desempenho das exportações da Alemanha --o motor de sua economia --foi a principal causa do encolhimento do Produto Interno Bruto do país.
"No último trimestre de 2012, as exportações de bens diminuíram significativamente mais do que as importações de bens", informou a agência de estatísticas alemã em comunicado.
As revisões dos dados franceses mostraram que a produção do país caiu 0,1 por cento no primeiro e no segundo trimestres de 2012, ou seja, o país já experimentou um surto de recessão nos últimos doze meses.
O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Assault, reconheceu pela primeira vez na quarta-feira que o crescimento fraco estava colocando a meta de seu governo para o déficit de 2013 fora de alcance.
Economistas dizem que a zona do euro também pode encolher no primeiro trimestre de 2013, embora a Alemanha esteja mais resistente e deva se recuperar.
"As chances de que a economia (alemã) vai voltar a crescer no início deste ano são muito boas. Os primeiros indicadores estão todos apontando para cima", disse a economista-chefe do UniCredit, Andrea Reese.
"A questão é o quão forte o primeiro trimestre será. Esperamos um crescimento de 0,3 por cneto, mas pode ser mais."