Enfeites formam a bandeira do Brasil em uma rua de Manaus, durante a Copa do Mundo de 2014 (Yves Herman/Reuters)
João Pedro Caleiro
Publicado em 18 de setembro de 2015 às 16h48.
São Paulo - "Não tem como dizer de outra forma: o Brasil está um desastre". Assim começa um dos principais destaques de hoje do site americano Business Insider.
"Em resumo, a situação é um pesadelo", diz outro trecho do texto assinado por Myles Udland, editor de Mercados, que toma como base um relatório sobre a economia brasileira enviado hoje pelo Deutsche Bank aos seus clientes.
Segundo o banco alemão, o risco da presidente Dilma Rousseff não terminar seu mandato em 2018 é "significativo" e subiu para aproximadamente 40%.
"O cenário econômico continua muito volátil, na medida em que a recessão e a crise política se retroalimentam. A presidente está ficando cada vez mais isolada", diz o texto do Deutsche.
Mas isso não significa que o impeachment seria uma boa solução. Pelo contrário: o processo pode piorar ainda mais a performance e trazer volatilidade aos mercados:
"Está longe de certo que a saída de Rousseff melhoraria a governabilidade, na medida em que um novo presidente teria sua legitimidade questionada por grupos esquerdistas e continuaria tendo de enfrentar os mesmos problemas econômicos complexos e consequências políticas da Operação Lava Jato. Turbulências sociais poderiam acontecer".
O texto do Business Insider diz que há pouco para se animar com o Brasil, citando dados da queda na confiança dos negócios e dos consumidores, inflação em alta com salários em queda e um aumento significativo do desemprego.
As últimas estimativas de consultorias econômicas são de que o país termine 2015 com um milhão de vagas formais a menos do que começou.
No começo da semana, o jornal britânico Financial Times disse que o Brasil era um "paciente em estado terminal" com situação cada vez mais instável.