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É preciso liderança política para crescimento, diz JPMorgan

Segundo o banco, uma forte liderança política do governo é necessária para uma perspectiva mais sólida entre investidores sobre o crescimento da economia

Real: "sem isso o canal de transmissão entre o reequilíbrio macroeconômico e a confiança empresarial e do consumo pode permanecer obstruído", diz o banco (Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 14 de agosto de 2015 às 18h11.

São Paulo - Uma forte liderança política do governo federal é necessária para uma perspectiva mais sólida entre investidores sobre o crescimento da economia brasileira e reversão do viés negativo que atinge o mercado acionário brasileiro, avalia o chefe de Pesquisa de Ações para América Latina do JPMorgan , Pedro Martins.

"Sem isso o canal de transmissão entre o reequilíbrio macroeconômico e a confiança empresarial e do consumo pode permanecer obstruído", afirmou Martins à Reuters, destacando a necessidade de um rebalanceamento macroeconômico que melhore a relação entre risco e retorno para se aplicar no país.

Uma condução política dominante pelo governo federal, entende Martins, facilitaria, por exemplo, a aprovação da agenda da equipe econômica no Congresso Nacional, particularmente no que se refere ao item fiscal, que representa o principal desafio a ser equacionado neste rearranjo macroeconômico.

A variável fiscal figura nos principais riscos domésticos à bolsa brasileira nos próximos seis meses. Entre eles, aparece também a chance do Brasil perder o grau de investimento de seu rating soberano, justamente em razão do desequilíbrio das contas públicas, além de política monetária apertada e fraco crescimento, que combinados deterioram a dinâmica da dívida do país.

"Essa dinâmica pode comprometer o perfil de crédito do Brasil. A equipe de economia do JPMorgan espera que o país perca sua classificação de grau de investimento de pelo menos uma das três agências de rating mais importantes nos próximos anos", afirmou.

Para o JPMorgan, se houver um avanço na agenda fiscal, o Ibovespa pode avançar para o patamar dos 58 mil pontos, em um horizonte de seis meses. Mas, considerando o atual nível de risco, o índice deveria estar ao redor de 44 mil pontos. Nesta sexta-feira, o índice encerrou no patamar dos 47 mil pontos.

Outro risco desfavorável do ponto de vista macroeconômico para a Bovespa, vê Martins, vem da contração da economia, em meio a juros elevados e desvalorização cambial, que cria um cenário de crescimento de lucros das empresas para 2016 ainda difícil.

A safra de balanços de companhias brasileiras do segundo trimestre, praticamente encerrada, sinalizou que a tendência para os resultados segue negativa. No entanto, ele ponderou que os números superaram o consenso de estimativas, o que pode ser uma sinalização de que as expectativas tenham sido muito pessimistas.

Do front externo, o momento e intensidade do movimento de normalização da taxa de juro norte-americana são apontados por Martins como principais catalisadores para o mercado acionário, com um efeito negativo de aversão a risco no primeiro momento, mas potencialmente positivo depois.

A China figura como o outro grande risco à bolsa brasileira, conforme Pequim segue tomando medidas para sustentar a taxa de crescimento do país em torno de 7 por cento, que têm gerado mais ansiedade do que resultados até o momento, na visão do especialista.

"A China tem funcionado como fator que gera incerteza em relação ao crescimento em mercados emergentes, com impacto em preços de commodities e no dólar", disse ele.

O JPMorgan tem uma posição "neutra" em Brasil na sua carteira de ações para América Latina, reflexo do equilíbrio entre o risco do país perder o status grau de investimento e algum nível de sucesso das iniciativas fiscais, atratividade devido ao real fraco e previsão de alívio monetário em 2016.

No portfólio para mercados emergentes, o Brasil aparece com recomendação "underweight", com outros pares oferecendo, na visão do JPMorgan, melhor relação risco versus retorno.

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São Paulo - Uma forte liderança política do governo federal é necessária para uma perspectiva mais sólida entre investidores sobre o crescimento da economia brasileira e reversão do viés negativo que atinge o mercado acionário brasileiro, avalia o chefe de Pesquisa de Ações para América Latina do JPMorgan , Pedro Martins.

"Sem isso o canal de transmissão entre o reequilíbrio macroeconômico e a confiança empresarial e do consumo pode permanecer obstruído", afirmou Martins à Reuters, destacando a necessidade de um rebalanceamento macroeconômico que melhore a relação entre risco e retorno para se aplicar no país.

Uma condução política dominante pelo governo federal, entende Martins, facilitaria, por exemplo, a aprovação da agenda da equipe econômica no Congresso Nacional, particularmente no que se refere ao item fiscal, que representa o principal desafio a ser equacionado neste rearranjo macroeconômico.

A variável fiscal figura nos principais riscos domésticos à bolsa brasileira nos próximos seis meses. Entre eles, aparece também a chance do Brasil perder o grau de investimento de seu rating soberano, justamente em razão do desequilíbrio das contas públicas, além de política monetária apertada e fraco crescimento, que combinados deterioram a dinâmica da dívida do país.

"Essa dinâmica pode comprometer o perfil de crédito do Brasil. A equipe de economia do JPMorgan espera que o país perca sua classificação de grau de investimento de pelo menos uma das três agências de rating mais importantes nos próximos anos", afirmou.

Para o JPMorgan, se houver um avanço na agenda fiscal, o Ibovespa pode avançar para o patamar dos 58 mil pontos, em um horizonte de seis meses. Mas, considerando o atual nível de risco, o índice deveria estar ao redor de 44 mil pontos. Nesta sexta-feira, o índice encerrou no patamar dos 47 mil pontos.

Outro risco desfavorável do ponto de vista macroeconômico para a Bovespa, vê Martins, vem da contração da economia, em meio a juros elevados e desvalorização cambial, que cria um cenário de crescimento de lucros das empresas para 2016 ainda difícil.

A safra de balanços de companhias brasileiras do segundo trimestre, praticamente encerrada, sinalizou que a tendência para os resultados segue negativa. No entanto, ele ponderou que os números superaram o consenso de estimativas, o que pode ser uma sinalização de que as expectativas tenham sido muito pessimistas.

Do front externo, o momento e intensidade do movimento de normalização da taxa de juro norte-americana são apontados por Martins como principais catalisadores para o mercado acionário, com um efeito negativo de aversão a risco no primeiro momento, mas potencialmente positivo depois.

A China figura como o outro grande risco à bolsa brasileira, conforme Pequim segue tomando medidas para sustentar a taxa de crescimento do país em torno de 7 por cento, que têm gerado mais ansiedade do que resultados até o momento, na visão do especialista.

"A China tem funcionado como fator que gera incerteza em relação ao crescimento em mercados emergentes, com impacto em preços de commodities e no dólar", disse ele.

O JPMorgan tem uma posição "neutra" em Brasil na sua carteira de ações para América Latina, reflexo do equilíbrio entre o risco do país perder o status grau de investimento e algum nível de sucesso das iniciativas fiscais, atratividade devido ao real fraco e previsão de alívio monetário em 2016.

No portfólio para mercados emergentes, o Brasil aparece com recomendação "underweight", com outros pares oferecendo, na visão do JPMorgan, melhor relação risco versus retorno.

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