Economia

É preciso discutir o perfil do gasto público do Brasil, afirma Malan

É consenso que a carga tributária, perto de 37%, já bateu no limite do que a economia brasileira pode suportar. Além disso, o peso da dívida pública sobre o Produto Interno Bruto (PIB) também é elevado. Como reduzir os tributos e a dívida é uma discussão que foca, geralmente, qual a porcentagem ideal de cada […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h30.

É consenso que a carga tributária, perto de 37%, já bateu no limite do que a economia brasileira pode suportar. Além disso, o peso da dívida pública sobre o Produto Interno Bruto (PIB) também é elevado. Como reduzir os tributos e a dívida é uma discussão que foca, geralmente, qual a porcentagem ideal de cada um deles que a economia requer. Mas, para o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, é um equívoco discutir os dois pontos isoladamente. "O problema fiscal é uma questão de gastos, por um lado, e de financiamento destes gastos, por outro. Por isso, a discussão tem que ser conjunta", afirma.

"Um mesmo resultado fiscal pode ser alcançado por diversas combinações de carga tributária e gastos públicos", afirma. Por isso, a melhor alternativa é discutir os dois fatores em conjunto e encontrar um ponto em que os gastos do governo "aumentem a produtividade do país" (clique aqui e leia reportagem da revista EXAME sobre como a carga tributária cresceu, apesar do governo dizer o contrário).

Malan criticou o perfil dos atuais gastos do governo e a simplicidade com que se aborda a questão dos investimentos oficiais. "Um número importante de gastos no Brasil amplia ou mantém os níveis de pobreza. É preciso um discurso mais complexo do que o de decidir como aumentar os gastos em certos setores para melhorar os níveis sociais", diz.

Em tom otimista, Malan lembrou que o Brasil atravessa um processo de aprendizado profundo, que ensinou o país a conviver com baixas taxas de inflação e a enraizar a cultura do controle fiscal no governo. "Minha confiança moderada baseia-se no processo de amadurecimento do debate político. O atual governo reafirmou o compromisso com a responsabilidade fiscal", diz.

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