Delfim também disse que a presidente Dilma Rousseff, até o fim do seu governo, em 2014, deve fazer com que a taxa de juros real atinja uma marca de 3% (Germano Lüders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 7 de maio de 2013 às 12h50.
São Paulo – Para o ex-ministro da Fazenda (1967 a 1974), Antonio Delfim Netto, é preciso dar crédito ao Banco Central quanto a sua atuação com relação a inflação. “(O BC) mostrou estar muito mais antenado com a realidade externa e interna que a maioria dos seus críticos, quando precisou, subiu a taxa de juros”, afirmou, durante debate realizado nessa manhã pela revista Carta Capital.
Segundo Delfim Netto, nos últimos anos, a taxa de inflação no Brasil não foi inferior a 5,8%, mas não incomodava tanto, uma vez que a taxa de juros real era elevada. “Há muito tempo essa inflação não incomodava, porque a taxa de juro real era muito maior do que hoje. E ganhar a vida honestamente é muito difícil”, afirmou.
“Todos sabem que a taxa de juros é um instrumento muito mais horizontal, que age em todos os setores e é usado quando precisa usar”, afirmou Delfim Netto. Em março, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), inflação oficial do governo, apresentou variação de 0,47% e, considerando os últimos doze meses, rompeu o teto da meta de inflação (6,50%), ao registrar 6,59%. O IPCA de abril será divulgado amnhã pelo IBGE.
Em abril, o ex-ministro reuniu-se com a presidente Dilma, juntamente com Luiz Gonzaga Belluzzo e Yoshiaki Nakano; A reunião foi compreendida pelo mercado como um possível sinal de alta iminente da Selic. Na última reunião do Copom, realizada em abril, a taxa básica de juros foi elevada pelo Banco Central para 7,50% ao ano.
Para Delfim Netto, o Brasil tem condições de crescer entre 3% e 3,5% em 2013. “Esse crescimento não está dado, não tem nenhuma lei no céu que diga isso, depende de nós”, afirmou. O Boletim Focus dessa semana indica que o mercado espera um crescimento de 3,00% do PIB em 2013.