Economia

É forte a preocupação do governo com a crise global

Em reunião, Mantega avisou que a ordem é economizar e a presidente Dilma salientou que esta necessidade de conter os gastos não é apenas retórica, é verdadeira

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, segundo fontes, fez um novo balanço do "momento delicado" pelo qual passa a economia do mundo (Ana Araújo/Veja)

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, segundo fontes, fez um novo balanço do "momento delicado" pelo qual passa a economia do mundo (Ana Araújo/Veja)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2011 às 21h18.

Brasília - É grande a preocupação do governo com a economia e este foi um dos temas que dominou a reunião de coordenação política do governo hoje, comandada pela presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, segundo fontes, fez um novo balanço do "momento delicado" pelo qual passa a economia do mundo, lembrando que no Brasil as autoridades estão em vigilância, para evitar sobressaltos. A ordem é economizar, avisou Mantega, com a concordância da presidente, que salientou que esta necessidade de conter os gastos não é apenas retórica, é verdadeira.

Foi justamente neste ponto que entrou em discussão a necessidade de novas fontes de recursos para fazer frente aos gastos. No Planalto, o entendimento é que, antes de se pensar em novos impostos, ou novas fontes de receitas, pedindo mais impostos à população, é preciso melhorar os gastos com saúde. Um dos assessores do Planalto lembrou que, embora haja pressão por uma nova fonte de renda, há consciência de que um novo imposto também é inflacionário.

No momento, existem muitas dúvidas sobre os textos que estão em tramitação. Mas foi colocado para o governo que uma nova cobrança de imposto, apesar da pressão de governadores, terá muita dificuldade de aprovação no Congresso e um risco que consideram que não pode ser corrido.

Embora ressalte que o Brasil está sólido e preparado para o enfrentamento da "preocupante" crise econômica internacional, o governo está atento aos primeiros sinais de perda de fôlego no consumo, observado após a desaceleração das vendas no país, nos últimos dois meses. As notícias do adiamento de encomendas para o Natal também serviu de alerta para as autoridades econômicas governamentais, aumentando o rol de preocupações do governo, que, até então, estava mais voltado para pilotar a crise lá fora.


Foi justamente dentro deste quadro que o ministro Guido Mantega teria mencionado uma citação da diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, que disse em entrevista à revista alemã "Der Spiegel" que a economia global deve sofrer "uma desaceleração em espiral". O governo está convencido de que o Brasil também será atingido com esta desaceleração da economia e tem de encontrar meios de não reduzir ainda mais as previsões de crescimento e que os projetos fundamentais do governo não sejam atingidos.

"O Brasil está muito bem preparado e a equipe econômica está em vigilância permanente para, que assim que houver necessidades, tomar iniciativas para que o Brasil continue crescendo, distribuindo renda e gerando emprego", disse a ministra Ideli Salvatti, após cerimônia de posse de desembargadores, no Superior Tribunal de Justiça.

Além de Mantega, da presidente Dilma Rousseff e do vice-presidente Michel Temer, estavam presentes na reunião os ministros Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Helena Chagas (Comunicação Social), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), José Eduardo Cardozo (Justiça), Edison Lobão (Minas e Energia) e Miriam Belchior (Planejamento).

Acompanhe tudo sobre:Crise econômicaGoverno DilmaGuido MantegaPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Economia

Corte anunciado por Haddad é suficiente para cumprir meta fiscal? Economistas avaliam

Qual é a diferença entre bloqueio e contingenciamento de recursos do Orçamento? Entenda

Haddad anuncia corte de R$ 15 bilhões no Orçamento de 2024 para cumprir arcabouço e meta fiscal

Mais na Exame