Drogas e prostituição impulsionam PIB na Europa
Decisão da União Europeia de incluir atividades ilegais no cálculo da economia adicionou 1% ao PIB de países como Itália
João Pedro Caleiro
Publicado em 2 de março de 2015 às 15h54.
São Paulo - Apesar de alguns padrões internacionais, a decisão de como medir o PIB (Produto Interno Bruto) continua sendo uma prerrogativa de cada país.
Na União Europeia , a orientação desde 2013 é que as contas nacionais atualizem suas metodologias e incorporem atividades ilegais como tráfico de drogas e prostituição.
A iniciativa partiu inicialmente da ONU , ainda em 2009. Em meados de 2014, países como Itália e Reino Unido anunciaram e detalharam seus planos para a questão.
Agora, o think tank europeu Brugel calculou e organizou o impacto das mudanças, que vão muito além da economia ilegal:
"A reclassificação teve um efeito positivo no PIB na ordem de 3,5% em média para a União Europeia e a zona do euro como um todo. A variação entre os países é significativa e vai de 0,3% em Luxemburgo a 9,3% em Chipre".
Esse tipo de revisão tem consequências bem concretas, já que o tamanho do PIB serve para calcular coisas como o déficit orçamentário e o tamanho da contribuição para organizações internacionais.
Veja a figura que mostra a revisão média na passagem do modelo velho para o modelo novo, aplicado de forma retroativa para os últimos 13 anos:
No geral, as projeções ficaram dentro do que foi previsto pela Eurostat há alguns meses. Na Dinamarca, Finlândia e Estados Unidos, é a mudança do cálculo de pesquisa e desenvolvimento que chama a atenção. No Reino Unido e na Holanda, o maior impacto vem da atualização e inclusão de novas fontes estatísticas.
Polônia, Itália e Espanha foram os que mais ganharam com a inclusão de atividades ilegais. O peso de 1% na Itália e de 0,9% na Espanha é quase cinco vezes maior que a média. Veja na figura o impacto individual de cada mudança, de acordo com a OCDE:
São Paulo - Apesar de alguns padrões internacionais, a decisão de como medir o PIB (Produto Interno Bruto) continua sendo uma prerrogativa de cada país.
Na União Europeia , a orientação desde 2013 é que as contas nacionais atualizem suas metodologias e incorporem atividades ilegais como tráfico de drogas e prostituição.
A iniciativa partiu inicialmente da ONU , ainda em 2009. Em meados de 2014, países como Itália e Reino Unido anunciaram e detalharam seus planos para a questão.
Agora, o think tank europeu Brugel calculou e organizou o impacto das mudanças, que vão muito além da economia ilegal:
"A reclassificação teve um efeito positivo no PIB na ordem de 3,5% em média para a União Europeia e a zona do euro como um todo. A variação entre os países é significativa e vai de 0,3% em Luxemburgo a 9,3% em Chipre".
Esse tipo de revisão tem consequências bem concretas, já que o tamanho do PIB serve para calcular coisas como o déficit orçamentário e o tamanho da contribuição para organizações internacionais.
Veja a figura que mostra a revisão média na passagem do modelo velho para o modelo novo, aplicado de forma retroativa para os últimos 13 anos:
No geral, as projeções ficaram dentro do que foi previsto pela Eurostat há alguns meses. Na Dinamarca, Finlândia e Estados Unidos, é a mudança do cálculo de pesquisa e desenvolvimento que chama a atenção. No Reino Unido e na Holanda, o maior impacto vem da atualização e inclusão de novas fontes estatísticas.
Polônia, Itália e Espanha foram os que mais ganharam com a inclusão de atividades ilegais. O peso de 1% na Itália e de 0,9% na Espanha é quase cinco vezes maior que a média. Veja na figura o impacto individual de cada mudança, de acordo com a OCDE:
A economia "na sombra" (aquela de serviços legais mas não declarados) atingiu em 2013 na Europa seu nível mais baixo em 10 anos, mas continua com um tamanho considerável, especialmente no sul e leste do continente. Na Estônia, ela chega a 27% do PIB.
Referências
Um estudo encomendado recentemente pelo governo americano para o Urban Land Institute mapeou a economia ilegal de oito grandes cidades do país.
Eles descobriram que Atlanta, por exemplo, movimentou US$ 290 milhões em sexo, US$ 117 milhões em drogas e US$ 146 milhões em armas no ano de 2007.
No México, só o tráfico de drogas é responsável por cerca de US$ 30 bilhões por ano - ou algo entre 3% e 4% do PIB nacional, de acordo com o Council of Foreign Relations. O ópio responde por uma parcela semelhante do PIB do Afeganistão, segundo a ONU.