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Dólar tem chances de ficar em R$ 3,20 com arrefecimento da guerra

Arrefecimento da guerra pode baixar cotação da moeda

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h02.

Sem o conflito contra o Iraque, o real tem grandes chances de voltar ao patamar do início do ano, quando o dólar estava cotado na casa dos 3,20 reais. "A crise EUA/Iraque tem grandes chances de ser superada antes do final do primeiro semestre. Com isso, os humor e a atenção do mercado passará a refletir, a partir de maio ou junho, fundamentalmente a evolução das variáveis econômicas e o cenário político interno", afirma o Lloyds TSB. "Superados os temores com a guerra, a taxa de câmbio, em tese, teria boas condições de voltar ao patamar mínimo visto neste ano (R$ 3,26 em 14/01), que refletia o desarme de parte da apreensão do mercado com o novo governo."

Mesmo que a guerra não aconteça, caso o Iraque realmente cumpra as exigências da ONU (Organização das Nações Unidas) de destruir seus mísseis Al Samoud 2 e pode começar a desmontar as armas a partir deste final de semana (1 e 2 de março), as chances de o real voltar a ter uma valorização são maiores. Fontes confirmaram que Bagdá enviou uma carta para Hans Blix, chefe dos inspetores de armas da ONU, dizendo que vai obedecer a ordem de destruir os mísseis.

Outras variáveis, porém devem ser observadas. "Considerando que a inflação esperada para a primeira metade do ano deve ficar ao redor de 7%, o patamar equivalente, em termos reais, à taxa mínima vista em 2003 será da ordem de R$ 3,50, aproximadamente", afirma o Lloyds TSB.

Sendo assim, em breve, a taxa de câmbio deve responder à consistência da política econômica, ao fluxo de capitais e à capacidade de o governo ser bem sucedido na condução das reformas no Congresso. "O grau de sucesso do BC para conter a inflação e do governo para gerar superávits fiscais primários mensais compatíveis com a meta de 4,25% do PIB serão acompanhados de muito perto, mas a variável chave para os mercados estará ligada à possibilidade de se viabilizar a reforma da Previdência Social."

Para o banco, mesmo com os bons resultados comerciais e alguma melhora no fluxo de capitais, o câmbio opera com um prêmio sobre o que poderia ser considerado necessário para manter o ajuste das contas externas. Isso não deverá atrapalhar o BC na rolagem do vencimento de US$ 1,3 bilhão em swap cambial no próximo dia 05/03. Ainda em março, haverá mais US$ 1,8 bilhão vencendo, mas no total do mês, o volume pode ser considerado pequeno, próximo a metade do que há para abril. Na ausência de pressões externas o real pode se valorizar um pouco, mas por enquanto não se pode antever uma direção mais consistente.

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