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Dólar sobe e chega a R$2,37, com mercado testando BC

Investidores estão usando o quadro de incertezas sobre a política monetária dos EUA e as eleições no Brasil para testar a tolerância do Banco Central

Dólar: às 10h19, a divisa dos Estados Unidos avançava 0,31%, a 2,3650 reais na venda (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2014 às 10h43.

São Paulo - O dólar subia nesta quinta-feira, chegando a alcançar 2,37 reais pela primeira vez em sete meses, com investidores usando o quadro de incertezas sobre a política monetária dos Estados Unidos e as eleições no Brasil para testar a tolerância do Banco Central ao fortalecimento da moeda norte-americana.

O movimento de alta perdeu um pouco de força, segundo operadores, devido a movimentos de realização de lucro.

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Às 10h19, a divisa dos Estados Unidos avançava 0,31 por cento, a 2,3650 reais na venda, após bater 2,3775 reais na máxima da sessão, maior nível intradia desde 21 de fevereiro (2,3790 reais). Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 50 milhões de dólares.

"O mercado colocou na cabeça que quer ficar comprado em dólares e, se o Banco Central não reagir, vai continuar pressionando", afirmou o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano, para quem a autoridade monetária deve entrar com mais força em algum momento.

Vêm crescendo as indagações sobre a disposição do BC em aceitar o fortalecimento do dólar, que tende a impactar a inflação por meio do encarecimento de importados.

Investidores têm apostado num aumento das rolagens de swap cambial tradicional, que equivalem a venda futura de divisa, mas até agora, o BC manteve a oferta de até 6 mil contratos no processo de rolagem do lote que vence em 1º de outubro, como fará nesta sessão.

Ao todo, o BC já rolou cerca de 35 por cento do lote total, que corresponde a 6,677 bilhões de dólares.

O BC também manteve nesta manhã a venda integral de até 4 mil swaps pelas atuações diárias. Foram vendidos 1,5 mil contratos para 1º de junho e 2,5 mil para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a 197,8 milhões de dólares.

"Se o BC não der sinal de vida e continuar esse cenário de tensão aqui e lá fora, a tendência é que o dólar continue subindo", afirmou o operador de uma corretora nacional.

Na véspera, o Federal Reserve, banco central norte-americano, reiterou sua promessa de manter os juros próximos de zero, mas sugeriu que eventual aperto monetário no futuro pode ser mais intenso do que o esperado.

O anúncio levou o dólar a subir mais de 1 por cento e fechar a 2,35 reais pela primeira vez desde março.

Investidores também aguardam as próximas pesquisas de intenção de voto sobre as eleições presidenciais brasileiras.

Os últimos levantamentos têm mostrado Marina Silva (PSB), preferida pelos mercados, em empate técnico com a presidente Dilma Rousseff (PT) num eventual segundo turno.

O mercado atenta ainda para o referendo sobre a separação da Escócia do Reino Unido, que ocorre nesta quinta-feira.

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