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Dólar mais caro eleva previsões de inflação

IGPs, que sofrem pressão do câmbio em 67% dos itens de apuração, não escaparão da recente escalada da moeda americana frente o real, segundo relatório do BC

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h31.

Depois de assistir à uma alta de 1,48% do dólar na última semana, o mercado revisou novamente para cima as previsões de inflação pelos índices mais sensíveis à variação cambial, os Índices Gerais de Preços apurados pela Fundação Getúlio Vargas. Pesquisa de mercado realizada pelo Banco Central (BC) mostra que as instituições financeiras acreditam que o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) apontará alta nos preços da ordem de 0,39% ao fim de maio, frente uma expectativa anterior de 0,33%. Já pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), a inflação alcançará 0,40% no mês, segundo a previsão das entidades consultadas, superior à aposta de 0,35% na semana anterior.

Nos negócios de hoje, a moeda manteve a trajetória de alta, fechando o dia com valorização de 1,47%, cotada a 2,277 reais. A cotação média do dólar prevista para o fim do mês, segundo o relatório do BC, também subiu, corrigida de 2,12 reais para 2,16 reais. De acordo com a consultoria Austin Ratings, a moeda americana afeta 67% dos itens dos IGPs, e já fez com que as instituições consultadas pelo BC mais que dobrassem a expectativa para o IGP-DI e triplicassem a previsão para o IGP-M em um mês - pesquisa feita há quatro semanas apontava para IGP-DI de 0,16% e IGP-M de 0,12% para maio.

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A preocupação com as oscilações do câmbio também pressionaram as perspectivas para o próximo patamar da taxa básica de juros, a Selic, que será decidido na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que ocorre nos dias 30 e 31 de maio. O levantamento do BC mostra que as instituições confirmaram a espera por um corte mais conservador por parte do Copom, de apenas 0,5 ponto percentual, como já haviam indicado na semana anterior. Atualmente a Selic está em 15,75% ao ano.

Para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPC-A), referência de inflação para o governo, a expectativa para maio foi reduzida de 0,23% na última leitura para 0,20%. As perspectivas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) - soma de todas as riquezas produzidas pela economia - em 2006 tiveram leve melhora: de 3,58% para 3,59%.

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