Economia

Divisão do BC japonês vem à tona em meio a debate político

Divisão foi exposta com autoridades recém-chegadas à diretoria pressionando para fortalecer o compromisso a uma política ultrafrouxa


	Num esforço para afastar o debate do banco central, o presidente da autoridade monetária repetiu sua visão de que apenas afrouxamento monetário não pode vencer a deflação
 (Creative Commons)

Num esforço para afastar o debate do banco central, o presidente da autoridade monetária repetiu sua visão de que apenas afrouxamento monetário não pode vencer a deflação (Creative Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2012 às 09h21.

Tóquio/Nagoya - Uma divisão dentro do Banco do Japão, banco central do país, foi exposta nesta segunda-feira, com autoridades recém-chegadas à diretoria pressionando para fortalecer o compromisso a uma política ultrafrouxa, ao passo que a pressão sobre o banco central para ações mais vigorosas intensifica-se antes da próxima eleição no mês que vem.

Num esforço para afastar o debate do banco central, o presidente da autoridade monetária, Masaaki Shirakawa, repetiu sua visão de que apenas afrouxamento monetário não pode vencer a deflação, pedindo que o governo faça reformas fiscais e desregulamentação para impulsionar o investimento doméstico.

Mas a ata da reunião de 30 de outubro entre os nove membros da diretoria divulgada nesta segunda-feira mostrou que Takehiro Sato, um dos recém-chegados, sugeriu uma postura mais ativa sobre expansão monetária, uma vez que o mandato de Shirakawa termina em abril.

A condução da política se tornou uma da áreas mais acaloradas do debate político antes da eleição de 16 de dezembro, depois que Shinzo Abe, líder do partido de oposição Partido Democrático Liberal e o provável próximo primeiro-ministro, pediram que o banco central adote taxas de juros negativas e outras medidas radicais.

Abe também ameaçou tirar a independência do BC para permitir que o governo controle as metas e os meios de atingi-las.

Sato, um ex-economista que tem pedido de forma consistente mais medidas do BC para controlar a valorização do iene, propôs aproximar a política monetária ao aumento dos preços ao consumidor e sugeriu desistir da visão do BC de que a inflação ao consumidor se aproximará de 1 por cento no ano fiscal que termina em março de 2015.

A ata da reunião mostrou que Takahide Kiuchi, outro ex-economista que se juntou à diretoria com Sato em julho, ficou sozinho em seu apoio à proposta, mostrando que suas visões não têm amplo apoio pelo menos por enquanto.

"Poucos membros levantaram a questão sobre se era possível exercer mais influência sobre as taxas de juros e demonstrar uma postura mais clara do BC sobre afrouxamento monetário ao mudar o discurso", mostrou a ata.

"A maioria dos membros expressou uma visão cautelosa sobre fazer mudanças no discurso do compromisso da política neste ponto." Na reunião do mês passado, o BC afrouxou a política ao aumentar o programa de compra de ativos em 11 trilhões de ienes (133,5 bilhões de dólares), para 91 trilhões de ienes. O BC também divulgou um plano para alimentar os bancos com fundos baratos de longo prazo ilimitados sob um novo esquema de tamanho inicial de 15 trilhões de ienes.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaBanco CentralJapãoMercado financeiroPaíses ricos

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor