Economia

Dívida do governo sobe para 77,8% do PIB, maior nível desde novembro de 2021

Déficit geral de União, estados e municípios foi de R$ 43,4 bilhões no primeiro semestre

Fernando Haddad, ministro da Fazenda (Ton Molina/NurPhoto/Getty Images)

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Agência o Globo
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Publicado em 29 de julho de 2024 às 14h17.

Última atualização em 29 de julho de 2024 às 14h26.

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A dívida bruta do governo atingiu 77,8% do PIB em junho, chegando ao maior nível desde novembro de 2021. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira pelo Banco Central.

Esse indicador reúne as dívidas de União, estados e municípios, além do Banco Central. É considerado o principal número da solvência das contas públicas do país. Na comparação com maio, a dívida subiu 1,1 ponto percentual do PIB. A dívida total é de R$ 8,7 trilhões.

No governo Lula, a dívida pública avançou 6,1 pontos percentuais, pois estava em 71,7% do PIB no fechamento do ano de 2022.

Para o governo, a dívida avançará até 79,7% do PIB em 2027, no celário-base.

A dívida aumenta por que as despesas estão maiores que as receitas, gerando um déficit, além do pagamento de juros.

Déficit geral de R$ 43,4 bilhões

No primeiro semestre deste ano, as contas do setor público consolidado apresentaram um déficit primário de R$ 43,4 bilhões. O resultado engloba o governo federal, os estados, municípios e as empresas estatais — com exceção de Petrobras e bancos.

De acordo com os números do BC, o déficit mais que dobrou em relação ao primeiro semestre de 2023, quando o rombo estava em R$ 20,4 bilhões. O rombo registrado no semestre passado foi o maior para o período desde 2020, no auge da pandemia de covid-19.

De acordo com o BC, o déficit das contas públicas foi resultado do desempenho das contas do governo federal e, também, das empresas estatais. Os estados e municípios tiveram superávit no mês passado

Em relatório, o Goldman Sachs destacou que colocar a dinâmica da dívida em uma tendência estrutural de queda continua sendo um desafio macroeconômico fundamental do Brasil. Isso exigiria superávits acima de 2% do PIB, o que é improvável no curto prazo, afirma o texto.

"A política fiscal claramente expansionista e a relutância em controlar os gastos minam severamente a credibilidade das metas fiscais, incluindo o saldo primário zero para 2024. Além disso, uma âncora fiscal fraca e não confiável contribui para manter as expectativas de inflação de médio prazo desalinhadas da meta de 3,0% e reduz significativamente os graus de liberdade para o Banco Central adotar uma postura monetária menos restritiva", afirma.

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